Em cartas de Natal, povo envia mensagens de esperança e apoio a Lula

Ação realizada em São Paulo cria canal de diálogo entre a população e o ex-presidente. Recados vão de pedido de sua liberdade a desabafos pela situação do país

Felipe Kfuri

Paulistanos escrevem cartões de Natal para Lula

“As coisas estão muito mais tristes sem você por aqui. Desde o dia 7 de abril que não durmo direito. Por favor, volte logo, Lula”, desabafa a geógrafa Larissa Lima. Ao seu lado, a dona de casa Lucila Barbosa repete em voz alta cada uma das palavras que escreve: “Lula, eu só quero te agradecer por tudo. Você mudou a minha vida. Mudou a vida da minha família”.

Em pouco tempo, o recado dado por Larissa e Lucila se mistura a dezenas de outras mensagens que serão enviadas ao ex-presidente por meio de cartões de Natal. “Queríamos mostrar que ele nunca estará sozinho.  Mesmo de longe, a gente queria fazer alguma coisa para mostrar que estamos com ele. Que a gente não vai abandoná-lo até que ele saia daquele lugar que nunca deveria estar”, explica o bancário Daniel Kenzo, um dos responsáveis pela ideia de convidar o povo a escrever cartões de Natal ao ex-presidente em ação realizada no Largo da Batata, em São Paulo, no início da noite de quarta-feira (5).

Daniel Kenzo um dos organizadores

Kenzo, que é militante desde a juventude e “lulista desde sempre”, acredita que os cartões de Natal não darão alento e conforto a Lula, isolado e longe do povo por decisão arbitrária da Justiça. “As palavras também têm poder. É muito bonito ver tanta gente interessada em escrever cartas para o Lula. Desde que chegamos aqui não param de chegar pessoas. Isso fortalece a militância e aumenta a resistência”, comemora.

Ele tem razão. Em menos de uma hora, mais de 50 cartas já haviam sido escritas. Entre elas, a da professora Adriana Almeida. “Poder mandar uma mensagem de apoio a Lula numa data tão importante me deixou muito feliz. Eu sei que é um gesto pequeno diante de tudo aquilo que ele representa, mas com certeza o deixará mais animado para manter a luta daqui para frente. Se eu pudesse estaria preso no lugar dele”, confessa.

Depoimentos como o de Adriana deixaram Ing Giok, que também ajudou a organizar a ação, entre a alegria e a angústia. “Uns chegam e mandam apenas um Feliz Natal. Outros querem simplesmente conversar. Lula causa isso nas pessoas. Se não estivesse preso, agora seria novamente presidente do Brasil”, conclui.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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