Em SP, comunicadores e petistas debatem o papel das mídias digitais
Encontro contou com mais de 80 participantes, entre militantes, lideranças populares e parlamentares. Mais de 3 mil pessoas acompanharam a transmissão ao vivo e interagiram nas redes sociais com a tag #EtapaLivreSP
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Comunicadores, militantes e integrantes do PT debateram, na manhã deste sábado (30), na Câmara Municipal de São Paulo, os rumos da comunicação do partido. A atividade fez parte de mais um debate da Etapa Livre preparatória para o 5º Congresso Nacional do partido.
O encontro contou com mais de 80 participantes, entre militantes, lideranças populares e parlamentares. Mais de 3 mil pessoas acompanharam a transmissão ao vivo e interagiram nas redes sociais com a tag #EtapaLivreSP.
O ato contou com a participação das jornalistas Laura Capriglione, dos Jornalistas Livre, e Renata Mielli, diretora do coletivo Barão de Itararé. Além disso, participaram o mestre em internet e redes sociais, Sérgio Amadeu, e o Secretário de Comunicação nacional do PT, José Américo. A mediação ficou por conta do Secretário de Comunicação do PT-SP, Cidão.
“O militante virtual é o melhor disseminador de informações que temos”, afirmou Cidão. Segundo ele, 80% do que é produzido na grande mídia passa pelo crivo de sete famílias poderosas detentoras de grupos de comunicação do País.
Em breve serão divulgadas informações sobre o Camping Digital 2015, que será promovido pelo PT de São Paulo. O evento tem como objetivo a troca de experiência e a formação na cultura digital.
Zé Américo destacou a importância da regulamentação das mídias no Brasil e pontuou grandes avanços na comunicação nos últimos 12 anos, como o Marco Civil da Internet e as ampliações e regulamentações das rádios comunitárias.
Segundo a jornalista Renata Mielli, os ataques recebidos pela esquerda atualmente são fruto dos êxitos sociais e democráticos dos últimos 12 anos. Ela relembrou avanços na área da comunicação nos últimos anos, como a criação da EBC e da Tv Brasil, considerando excelentes instrumentos de comunicação.
“Nós não temos um problema de comunicação, nós temos um problema de política”, analisando o momento delicado da conjuntura política e ratificando o apoio pela regulação da internet e novas tecnologias.
Conversando sobre a experiência vanguardista dos Jornalistas Livres, Laura Capriglione falou sobre o nascimento do coletivo, que foi criado para se contrapor a narrativa tradicional e manipuladora das grandes mídias e atualmente disputa espaço na comunicação tradicional, mas já é protagonista nas mídias digitais.
Em pesquisa realizada em 2013, 43% dos consultados não se sentiam representados pela mídia tradicional. “A gente não pode esperar, é hoje que vamos dominar a mídia”, disse, valorizando todas as iniciativas de democratização da mídia e chamando a população para se envolver ativamente nesse diálogo.
O mestre da Universidade Federal do ABC (UFABC) Sérgio Amadeu iniciou sua fala questionando o uso de ferramentas digitais. Ele afirmou que algumas iniciativas na rede modulam o comportamento e as ações da população.
“Cada vez você é mais o seu ID”, se referindo a identificação do dispositivo que os usuários utilizam, ao falar do uso que grandes estruturas na internet, como o Facebook e Google. Incentivador do uso de softwares livres, ele alerta que não existe neutralidade na rede e afirma que é preciso colocar a pauta da internet no centro da comunicação.
“A internet inverteu a lógica de comunicação: o difícil não é falar, é ser ouvido. E é na internet que se discute política, temos que estar lá”, encerrou Amadeu.
Por Gustavo Mello, da Agência PT de Notícias