Emidio de Souza: A democracia, o financiamento eleitoral e a eleição de Lula

“Bandeira histórica do PT, o Financiamento Público de campanhas entrou em pauta no Congresso, mas acabou barrado pelos deputados golpistas”

Paulo Pinto

Emidio de Souza

Passamos do tempo em que as empresas financiavam a democracia. A legislação eleitoral mudou e, felizmente, barrou o financiamento empresarial de campanhas. A nova lei reduziu a imagem dos políticos que atuavam na defesa das empresas que os patrocinavam e mostrou que eles devem, sim, é representar o povo.

Mesmo que ainda não estejamos no modelo ideal, estamos bem melhor do que antes. A concorrência desleal dos beneficiados pelo poder econômico e os mais alinhados aos interesses dos trabalhadores diminuiu.

Com a limitação e a regulação do controle do poder econômico nas eleições, a democracia ficou fortalecida.

Agora, criatividade, participação e contribuição são as palavras de ordem na corrida eleitoral.

A eleição municipal de 2016 foi marcada por campanhas mais baratas, por terem sido financiadas somente por doações de pessoas físicas. Nesse ano, teremos mais novidades. Passou a valer o disposto da Lei 13.488/17 que criou o Fundo Especial de Financiamento da Campanha (FEFC). Além disso, a legislação agora também permite doações voluntárias por meio de sites, como vaquinhas virtuais e crowdfunding. Tais mudanças baratearam ainda mais o custo das campanhas, tornando a disputa mais igual e mais acessível a quem deseja ser candidato.

Bandeira histórica do PT, o Financiamento Público de campanhas entrou em pauta no Congresso, mas acabou barrado pelos deputados golpistas. Eles manobraram e ainda, na tentativa de salvar o próprio mandato, aprovaram uma medida que abre brechas para o autofinanciamento. Ou seja, os grandes fazendeiros, empresários podem pagar para continuar atacando os direitos dos mais pobres.

A população precisa ficar atenta aos candidatos e candidatas que representam os poderosos e só atacam conquistas dos trabalhadores. Sem esse cuidado, o congelamento dos investimentos em saúde e educação vai perdurar, os efeitos da reforma trabalhista continuarão e mais direitos podem ser atacados.

No pleito desse ano, o povo vai precisar separar o joio do trigo, ver quem votou contra os seus direitos e quem sempre trabalhou por aqueles que mais precisam.

Principal nome das eleições desse ano, Luiz Inácio Lula da Silva é o nosso maior cabo eleitoral. Único candidato com a capacidade de fazer esse país voltar a crescer, Lula representa uma ideia de país grande, soberano e que inclui as pessoas.

Com a evidente perseguição ao Lula e o PT, a ficha caiu. A população percebeu a manipulação do judiciário e da grande mídia e viu quem, de fato, sempre olhou por ela. Recuperamos o prestígio e agora vamos voltar à presidência e ampliar nosso espaço. As pesquisas mostram que a esperança do povo é Lula e que somos do partido que as pessoas mais confiam. O PT vai eleger mais governadores e ampliar as bancadas de deputados e senadores para ajudar o presidente Lula colocar esse país de volta ao caminho do progresso.

O financiamento militante, a atuação na internet e o corpo a corpo se mostraram diferenciais na ultima eleição municipal e agora não vai ser diferente.

O pleito desse ano vai exigir dinamismo por parte dos partidos e candidatos e participação do eleitor.

Temos uma legião de brasileiros que sabe tudo que o PT fez. Por isso, aposto que o nosso partido terá um grande vitória eleitoral e política em todo o Brasil.

Muitas pessoas que se deixaram levar pela manipulação da mídia e acreditaram no golpe já anunciaram que vão depositar seu voto de confiança no partido que transformou o país. E para ajudar nesse processo, não basta doar dinheiro para campanhas eleitorais. É necessário que as pessoas financiem projetos, contribuem com aquilo que acreditam. Esse é o tipo de iniciativa que vai fortalecer a candidatura do Lula, o presidente que vai unir o país e resgatar a autoestima do povo.

É contribuindo com nossas ideias e mantendo-se firme aos nossos projetos que vamos mudar esse país.

Por Emidio de Souza, secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT, ex-prefeito de Osasco (2005-2012)

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