Entenda o que é o Sistema S, onde Guedes quer “meter a faca”
As nove entidades do sistema beneficiam mais de 12 milhões de pessoas e precisarão cortar vagas caso as verbas diminuam
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O futuro ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (18) que iria “meter a faca no Sistema S”. O conjunto de 9 entidades que compõe o sistema atende pelo menos 12 milhões de pessoas diretamente, entre estudantes e trabalhadores que desfrutam de serviços que vão desde a formação profissional à cultura e esportes.
As mais conhecidas organizações do sistema são Sesc e Senac, ligados ao comércio, oferecem opções de lazer, cultura, e cursos; o Senai e Sesi, ligados à indústria, oferecem cultura, lazer, esporte, cursos e assessoria; além do Sebrae, ligado às pequenas empresas, que oferece cursos e apoio para acesso a crédito.
Outras entidades do sistema são o Sest e Senat, ligados aos transportes, que oferecem opções culturais, de lazer e esporte, além de cursos; o Sescoop, ligado às cooperativas, oferece cursos e assessoria; e o Senar, ligado à agricultura, também oferece atividades de formação.
As entidades são financiadas com repasses direto das folhas de pagamento desses setores, recebendo em torno de R$ 16,5 bilhões em 2017. A maior parte das verbas vai para o Sesc (4,6 bi), proporcional ao número de comerciários, seguido do Sebrae (3,3 bi) e do Senac (2,6 bi).
Em nota, o Sesi e o Senac, entidades responsáveis por formação profissional, afirmaram que a redução no repasse de recursos deixaria “mais de 1 milhão de estudantes sem opção de cursos de formação profissional e 18,4 mil funcionários das entidades perderiam o emprego”.
No caso do Senai, que atende 2,3 milhões de alunos, de um total de 541, a direção-gera da entidade prevê que 162 fechariam as portas com os eventuais cortes. Já no Sesi seriam mais 155 escolas fechadas.
O presidente do Sest e do Senat, entidades ligadas ao setor de transportes que atendem caminhoneiros, Clésio Andrade, divulgou nota afirmando que foram prestados neste ano, até setembro, 8,6 milhões de atendimentos gratuitos de qualificação profissional. Segundo Andrade, as duas entidades têm hoje 148 unidades responsáveis por 8,7 mil empregos diretos, que também poderão ser afetados.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Estadão