Entenda porque a reforma da Previdência não acaba com privilégios
Com discurso de “combater privilégios” Bolsonaro retira direitos de quem ganha até dois salários mínimos
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Sob o pretexto de combater privilégios, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) anunciou uma reforma da Previdência que, dentre outras medidas, quer aumentar a idade mínima e o tempo de contribuição para o recebimento da aposentadoria integral. Mas a verdade é que quase 65% dos beneficiários recebem, hoje, o equivalente a um salário mínimo, número que derruba por terra parte dos argumentos em prol da mudança.
E não para por aí. À medida em que a proposta vai sendo detalhada, outros trechos desmentem a ideia de combate a desigualdades. Por exemplo: dos R$ 1,2 trilhão que o governo quer economizar, 83% vai sair de quem recebe até dois salários mínimos, ou seja, menos de R$ 2 mil.
Nessas faixas salariais, estão os trabalhadores mais suscetíveis ao desemprego, a precarização do trabalho e a redução da renda média. Problemas que estão sendo agravados no Brasil em meio a estagnação econômica que o país se encontra.
Paralelamente, a reforma mantém altos salários para os Três Poderes e privilégios para os militares. Esses últimos, tiveram uma reforma enviada a parte para o Congresso, com uma uma proposta que prevê um plano de carreira com reajustes de mais de 124%.
Em artigo publicado no Valor Econômico, Pedro Armengol, diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, aponta trechos da proposta e afirma que o discurso de combate a privilégios “não se sustenta”. “Com alguns dados conseguimos desmontar o que consideramos ser apenas uma máscara, uma farsa; uma mentira montada para convencer desavisados”, critica.
O próprio texto da reforma mostra que, enquanto o governo fala que todos terão que fazer sacrifícios pelo país, as regras só foram endurecidas para aqueles que já recebem os salários mais baixos e estão mais vulneráveis.
Por ReformaDaPrevidênciaBrasil.com.br