Esse trem é nosso: Cemig em greve contra privatização e preço das tarifas
Movimento contrário à privatização denuncia o preço abusivo das tarifas e o desmonte generalizado da estatal promovido pelo governador Romeu Zema (Novo)
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A greve dos eletricitários de Minas Gerais entra em seu quinto dia de greve nesta sexta-feira (3). O movimento grevista teve início na segunda-feira, 29 de novembro, com a ocupação da sede da Cemig – Companhia Energética de Minas Gerais, em Belo Horizonte, e prosseguiu com vários atos e passeatas durante toda a semana.
Os eletricitários são contra a privatização da Cemig pretendida pelo governo de Romeu Zema (Partido Novo) e também denunciam o preço abusivo das tarifas de energia elétrica.‘ Para fazer frente à privatização da estatal, considerada como um patrimônio do povo mineiro, eles criaram o slogan “Cemig: esse trem é nosso!”
Eles também denunciam que o governador promove um desmonte generalizado da Cemig, com o fechamento de bases operacionais, desativação de usinas termelétricas, desestruturação de processos de trabalho, além da nomeação de indicados políticos sem qualificação e compromisso público para cargos que antes eram ocupados por funcionários concursados.
GREVE | Trabalhadores da @cemig_energia entram no 3º dia de greve e nada de Zema negociar pauta. greve é por tempo indeterminado e só foi decretada porque governador mineiro se recusa a negociar a pauta de reivindicação dos servidores da estatal.
? @SindieletroMG pic.twitter.com/p3KdiSZJsl
— CUT Brasil (@CUT_Brasil) December 1, 2021
Durante os últimos dias, dezenas de eletricitários e representantes de movimentos sociais permaneceram em frente à sede da estatal. Na última terça (30), cerca de mil pessoas caminharam da portaria da Cemig até a Praça 7, na região central da capital.
Na ocasião, a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) enfatizou que a privatização da Cemig está na agenda do governo estadual. “Estamos enfrentando um governo que, para privatizar a Cemig, a Copasa e demais estatais, faz um aparelhamento da empresa. Hoje a Cemig, sua gestão e o dinheiro estão a serviço do Partido Novo”, afirmou a parlamentar petista durante o ato.
Na manhã de quinta (2), para marcar o encerramento da ocupação, a categoria e os movimentos populares marcharam até a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A direção do Sindieletro tem feito várias interlocuções com deputados estaduais, entre eles com o líder do governo na ALMG, Gustavo Valadares, que se comprometeu a solicitar ao governo estadual a negociação da pauta dos eletricitários.
Durante o ato, o deputado Betão, também do PT, recebeu a pauta dos eletricitários para encaminhar debates sobre a questão e cobrar da Cemig e do governo estadual a abertura de uma negociação com a categoria em greve.
Comissão de parlamentares
De acordo com a avaliação o coordenador-geral do Sindieletro, Emerson Andrade, o movimento já é considerado como vitorioso diante da repercussão nacional e recebeu o apoio de diversas lideranças sociais, políticas e sindicais de todo o país, além de pautar a imprensa nacional.
“Essa greve é a greve da solidariedade, com a união da classe trabalhadora e do povo em defesa do patrimônio público, dos direitos dos trabalhadores, em defesa da dignidade do povo, sem fome e com moradia digna. A solidariedade é consolidada com apoios mútuos das pautas de cada entidade envolvida”, destaca Andrade.
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) anunciou, durante o ato na ALMG, que foi criada uma comissão de deputados para a interlocução com o governo estadual e direção da Cemig, visando tratar da pauta dos eletricitários e também da pauta dos movimentos sociais. A comissão é formada pelo próprio Correia e por deputados estaduais, entre eles, os deputados estaduais Betão e a deputada Beatriz Cerqueira.
A comissão, na tentativa de garantir a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho, conseguiu agenda uma reunião com o presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, para a próxima segunda-feira (6). O Sindieletro cobrou que a comissão assegure a sua participação na reunião.
“Estamos firmes e fortes na luta em defesa da Cemig, contra a privatização, do nosso ACT, da Cemig Saúde, Forluz e do seguro de vida”, destaca o dirigente do Sindieletro.
Da Redação, com Sindieletro-MG e Brasil de Fato