Falcão: Atos do 1º de maio deixam mensagem de união contra golpe
Para o presidente do PT, as manifestações no Dia do Trabalhador mostraram a unidade entre todas as forças que estão na defesa da democracia
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O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, afirmou que os atos deste domingo (1º) em comemoração ao Dia do Trabalhador, em todo o País, deixam uma mensagem de unidade entre todas as forças que se juntaram em defesa da democracia e na luta para barrar o golpe. Falcão participou da manifestação no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.
“O mais importante é manter todos esses grupos, todas essas entidades que têm resistido ao golpe. É importante porque pela primeira vez em muitos anos você tem a liga dos partidos de esquerda com os movimentos sociais que havia até um certo distanciamento. Então o fundamental nesse momento é manter essa unidade para continuar combatendo o golpe”, destacou.
Outra mensagem desse dia 1º, segundo Falcão, é de que não haverá o reconhecimento ao governo ilegítimo “desse usurpador que é o vice-presidente, e que tem ao seu lado um dos maiores corruptos do País, que é o presidente da Câmara dos Deputados”.
“Nós temos a votação no Senado e independentemente desse resultado, nós não vamos reconhecer a legitimidade de um governo que tenta assumir sem o voto popular. E não é só um atentado à democracia, é também uma regressão social, política, cultural. Porque pela pauta já apresentada por quem pretende sentar na cadeira antes da hora, são privatizações em série, é a mudança do regime de aposentadoria, é um ataque à Petrobras”, ressaltou.
Além desses retrocessos, Falcão também destacou outras pautas conservadoras defendidas por quem quer o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Há um retrocesso em curso com revogação de direitos sociais, políticos, civis, e isso nós vamos continuar combatendo”, garantiu.
Para ele, é muito difícil impedir a admissibilidade do processo de impeachment no Senado, pois para isso é necessário apenas uma maioria simples. “Mas é muito possível que ao longo desses meses de afastamento, se ocorrer, que a gente possa obter 28 votos e evitar o golpe definitivo”. Para isso, completa Falcão, é preciso continuar com as mobilizações, “mesmo que elas mudem de qualidade, mesmo que se coloque outras formas de luta”, para que se possa convencer os senadores “que eles não podem permitir que uma presidenta eleita tenha seu mandato encurtado”.
“Estou muito esperançoso que isso possa ocorrer, mas isso depende de luta, de mobilização e é disso que nós não podemos desistir. Todas as formas de luta, seja política, jurídica, de massas, deve ser utilizada nesse período. O povo brasileiro já mostrou que tem capacidade de luta. Lutou contra a ditadura, lutou pela anistia, lutou pelas diretas, e esses partidos que estão unidos com os movimentos sociais têm força política para fazer essa virada”, afirmou.
O presidente do PT lembrou que o 1º de maio é, tradicionalmente, o dia de luta da classe trabalhadora.
“Estão presentes aqui as reivindicações pela manutenção de direitos, pela redução da jornada sem redução de salários, contra o desemprego e o que agrega todo mundo nesse momento, além das reivindicações históricas, é a luta pela democracia e contra o golpe, pelo Fora Cunha, pelo Fora Temer. Isso fez com que todo o conjunto da classe trabalhadora se associasse aos intelectuais, aos juristas, à juventude, aos partidos de esquerda. Esse para mim é desse 1º de maio de 2016”, finalizou.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias