Fórum Social Temático repudia impeachment
Em carta compromisso aprovada na assembleia de encerramento, em Porto Alegre, os movimentos sociais se posicionam contra a tentativa de impeachment da presidenta Dilma e planejam dia de luta em defesa da democracia, em 1° de maio
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O pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff foi criticado pelos movimentos sociais presentes ao Fórum Social Temático, em Porto Alegre, que em coro entoaram palavras de ordem contrárias ao impeachment durante a assembleia final do evento, no sábado (23).
No encerramento, as organizações aprovaram uma carta compromisso com agendas comuns, sendo a primeira delas a organização de um dia de luta em defesa da democracia e de enfrentamento do conservadorismo e do “golpismo”, marcado para 1° de maio, Dia Internacional do Trabalho.
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, disse que o documento aponta para a unidade das organizações de esquerda, inclusive na posição contrária à tentativa de impeachment da presidenta Dilma.
“É uma carta de intenções dos movimentos que lutam contra o golpe em curso no País, tomando lado, dizendo que a democracia é o único caminho para que os direitos avancem e que a gente sabe exatamente o que está em jogo, que são todos os direitos conquistados nos últimos anos com muita luta dos movimentos sociais”, disse.
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Rio Grande do Sul, Claudir Nespolo, a carta final do Fórum é uma afirmação da luta dos segmentos que defendem a ampliação de direitos na sociedade. “Essa agenda reafirma a militância dos movimentos que aqui estão, que passa pelos direitos à moradia, à reforma agrária, o tema da saúde, da educação de qualidade, do meio ambiente, do combate a todas as discriminações”, listou.
As entidades também aprovaram uma campanha para cobrar a auditoria da dívida pública e se comprometeram a acelerar a construção da Frente Brasil Popular, formada por organizações e partidos de esquerda.
“Quem tem que levantar esse tema somos nós. Temos que dizer isso para sociedade, para desmascarar e criar uma correlação de forças para que o governo se posicione no sentido de verificar se essa dívida toda já não foi paga, se uma parte já foi paga. Vamos abrir essa caixa-preta”, defendeu Nespolo.
Da Redação da Agência PT, com informações da Agência Brasil