Frente Povo Sem Medo rechaça tentativas de impeachment
Movimento reúne mais de 20 organizações sociais que condenam o avanço do conservadorismo e de manobras políticas em direção ao golpe
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O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, declarou, na quinta-feira (8), que a Frente Povo Sem Medo se opõe totalmente ao impeachment.
“Nós somos contra qualquer saída à direita e este impeachment, da forma como está sendo construído, é uma saída à direita”, criticou.
A Frente foi lançada oficialmente na quinta e é formada pela União Nacional de Estudantes (UNE), Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), entre outras organizações.
Ao todo, são 27 movimentos sociais, sindicais e partidos políticos, incluindo o PT e o PCdoB.
Em artigo publicado na quinta, Boulos questionou a legitimidade dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) para julgar as contas do exercício de 2014 do governo da presidenta Dilma Rousseff.
“Vários ministros estão sendo investigados e o relator das contas é investigado na Operação Zelotes”, informou. “ As saídas que estão querendo construir, seja com o Michel Temer ou com o PSDB, são ruins para a classe trabalhadora”, avaliou.
Mobilização – A Frente Povo Sem Medo tem como proposta “contribuir para um novo ciclo de mobilizações sociais no País”, de acordo com o líder do MTST.
“No atual momento político e econômico que o País tem vivido, se torna urgente a necessidade de o povo intensificar a mobilização nas ruas, avenidas e praças contra esta ofensiva conservadora”, declara a Frente, em seu manifesto.
O movimento defende saídas para a crise econômica que não onerem a classe trabalhadora e se posiciona contra as terceirizações, a redução da maioridade penal, entre outras pautas de retirada de direitos já conquistados.
A Frente propõe a taxação de grandes fortunas, e a tramitação urgente das reformas tributária, agrária e a democratização das comunicações.
As primeiras manifestações da Frente estão marcadas para 8 de novembro, em várias cidades. Em São Paulo, a mobilização deve acontecer na Avenida Paulista.
A localidade é uma das preferidas por manifestantes de direita, que defendem o impeachment, o retorno da ditadura e contra as políticas sociais que melhoraram a vida dos brasileiros nos últimos 13 anos.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Rede Brasil Atual