Gleisi denuncia Campos Neto e Tarcísio como “inimigos do povo”

Em vídeo nas redes sociais do PT, presidenta do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), também critica a fabricação, pela imprensa, de uma crise fiscal inexistente

Reptodução/TvPT

Gleisi: "Chega de juros altos que envenenam a economia, chega de privilégios para os ricos que não pagam impostos"

Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que deve congelar a taxa básica de juros (a Selic) em 10,50%, com efeitos trágicos para a economia brasileira, a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), subiu o tom nas críticas à política do Banco Central (BC), às intimidações do mercado para que o governo federal reduza despesas e aos factoides forjados pela imprensa comercial acerca da situação econômica do país. Em vídeo publicado nas redes sociais do partido, Gleisi enumera aqueles que considera “inimigos do povo brasileiro”.

“Chega de juros altos que envenenam a economia, chega de privilégios para os ricos que não pagam impostos, chega de hipocrisia no debate econômico. O PT tem lado nessa disputa: o lado da reconstrução do país, da retomada do crescimento com emprego, renda e justiça social. O lado do povo brasileiro”, defendeu.

A parlamentar antecipou, a  respeito da provável decisão contracionista do Copom nesta quarta-feira (19), a sabotagem especulativa do mercado financeiro sobre a atividade econômica. “Começou mais uma reunião do Copom, do Banco Central, com as cartas marcadas pelos especuladores do Boletim Focus, que chutam previsões irreais e exageradas de inflação para forçar a manutenção dos juros na estratosfera. Isso é um caso de polícia, que vai ser investigado pelo TCU, a pedido do Ministério Público”, denunciou.

“Mas é, principalmente, um crime contra o país, crime de lesa pátria, porque bloqueia o investimento e o crédito, fundamentais para o crescimento”, acrescentou a presidenta do PT.

Inimigos do povo

Na entrevista que concedeu à Rádio CBN, na terça-feira (18), o presidente Lula fixou o selo de “anti-republicano” em Campos Neto ao comparar a falta de decoro do presidente do BC à desfaçatez do ex-juiz e hoje senador pelo União Brasil, Sérgio Moro. Gleisi reforçou as falas do presidente.

“Campos Neto usa seu mandato no Banco Central para fazer política, igualzinho ao Sérgio Moro, que usava a toga de juiz para beneficiar seu candidato, Jair Bolsonaro. O [candidato] de Campos Neto é Tarcísio de Freitas. Anotem esses nomes, são inimigos do povo e do Brasil”, disse a presidenta do PT.

Leia mais: “Comportamento do BC é desajustado”, diz Lula, para quem Campos Neto tem “lado político”

Fábrica de factoides

Gleisi também acusou a mídia de fabricar uma crise fiscal que não existe, mesmo diante dos números positivos da economia do país. “Ora, as contas públicas estão melhorando, porque a inflação caiu e a economia, os salários e os empregos voltaram a crescer, e também a arrecadação do governo. Melhoramos muito as condições do Brasil em relação ao que tivemos no passado recente”, rebateu.

“Essa mentira sobre crise fiscal é outro crime contra a economia. E, de novo, o presidente Lula deu a real: as pessoas que falam que o governo tem que parar de gastar são as mesmas que se beneficiam de isenção de mais de meio trilhão de reais de impostos. O imposto que essa gente não paga, e que a maioria conservadora, rica do Congresso, não deixa o governo cobrar, daria para cobrir todo o orçamento da saúde, da educação, daria para contratar mais médicos e professores com salários melhores, fazer mais hospitais e escolas para o povo”, concluiu Gleisi.

CNI cobra redução da Selic

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), novamente às vésperas de uma reunião do Copom, apela ao Banco Central por reduções mais consistentes da Selic, argumentando que os altos patamares sufocam a capacidade de investimentos do setor produtivo. Uma nota nesse sentido foi divulgada pela entidade na terça-feira (18).

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Da Redação

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