Gleisi Hoffmann: A luta por um Brasil mais justo continua

Entre tantas batalhas que enfrentamos  em 2015, uma delas me deixou particularmente feliz e com a certeza de que a nossa luta por um mundo mais justo vale a pena.…

Foto: Waldemir Barreto /Agência Senado

Entre tantas batalhas que enfrentamos  em 2015, uma delas me deixou particularmente feliz e com a certeza de que a nossa luta por um mundo mais justo vale a pena. Apesar das críticas e dos ataques que sofremos, conseguimos manter os recursos destinados à manutenção do Bolsa Família, programa reconhecido mundialmente pelos resultados positivos na redução da pobreza e melhoria das condições sociais dos brasileiros.

A proposta de corte de R$ 10 bilhões do orçamento do programa atingiria  23 milhões de pessoas, entre as quais, oito milhões voltariam à extrema pobreza; desses, 3,7 milhões são crianças e adolescentes. Seria um grande retrocesso às conquistas sociais que levamos anos para implementar em nosso país.

Contra o discurso preconceituoso de que o Bolsa Família é incentivo para a vagabundagem, temos dados e estudos que comprovam os bons resultados do programa.

Em 2014, o BF foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como fundamental para a saída do Brasil do Mapa Mundial da Fome. O país reduziu em 82% o número de pessoas subalimentadas entre 2002 e 2013. Pela primeira vez, temos uma geração sem fome. Nós deixamos de nos envergonhar por conta da miséria e eu acredito que não é só uma conquista para o Brasil, é uma conquista para a humanidade.

Também conseguimos reduzir a mortalidade infantil a níveis muito baixos.  Nós estamos entre os 62 países que atingiram a meta do milênio. Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil reduziu o índice em 73% em relação aos níveis de 1990, enquanto a redução mundial foi de 53%. O Programa Bolsa Família, seguramente, é uma das ferramentas que mais contribuiu para essa conquista, com repercussões extraordinárias no futuro das nossas crianças mais necessitadas.  Além disso,17 milhões de crianças passaram a frequentar a escola. Isto é certeza de que a próxima geração precisará cada vez menos do Bolsa Família.

É importante ressaltar que esse programa beneficia famílias com renda per capita de R$117,00 a R$219,00. E de acordo com os dados da PNAD 2014, recentemente divulgada, o perfil dos beneficiados corresponde precisamente às famílias 20% mais pobres da população brasileira. Ou seja, é um programa que chega a quem precisa. O Bolsa Família, hoje, gasta em torno de 25 bilhões e atende mais de 40 milhões de pessoas.

Diante de todos esses avanços, é um alento saber que prevaleceu o bom senso. Não podemos permitir nenhum retrocesso. Vamos nos manter firmes nessa luta, a exemplo do Betinho, do Lula, da Dilma, e de tantas outras pessoas que tiveram a sensibilidade, a determinação e o compromisso de acabar com a fome e com a miséria neste País.

Gleisi Hoffmann é senadora da República pelo Paraná. Foi ministra-chefe da Casa Civil e diretora financeira da Itaipu Binacional.

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