Gleisi Hoffmann: Novos rumos para a Economia

A nomeação de Nelson Barbosa é um alento para aqueles que querem um Estado eficiente, e não mínimo. Para aqueles que acreditam que a vida está acima dos resultados financeiros,…

Imagem: Agência Senado

A nomeação de Nelson Barbosa é um alento para aqueles que querem um Estado eficiente, e não mínimo. Para aqueles que acreditam que a vida está acima dos resultados financeiros, para os eleitores da presidenta Dilma, que fizeram uma opção consciente no projeto que ela representava e que, mesmo doendo reconhecer, ficaram frustrados com a mudança de rumo pós-eleição.

Sei das dificuldades que esperam Nelson Barbosa para recuperar a economia. Mas sei também de sua disposição, comprometimento e, acima de tudo, visão de país e de desenvolvimento. Nosso novo ministro não é perdulário, irresponsável financeiramente. Muito pelo contrário, com inegável espírito público, sabe que a sociedade tem limites na sua contribuição para com o Estado, por isso mesmo não é partidário de gastanças. Sabe os custos e as consequências de uma boa política social, assim como o impacto de uma exorbitante taxa de juros para as contas públicas e para a sociedade que a paga, principalmente quando sua elevação é ineficiente para combater a inflação.

O governo da presidenta Dilma teve importante vitória na semana que passou. O golpe, travestido de impeachment, foi contido. Prevaleceu a Constituição, a legalidade, a vontade dos eleitores quando depositaram o voto na urna. Agora precisa dar continuidade ao programa que a sagrou presidenta.

Essa conversa do mercado, de fazer ajustes em cima dos programas sociais, dos investimentos, da aplicação de recursos na educação, na saúde, não tem nada a ver com o que o povo quer e elegeu. Sempre podemos melhorar e eficiência das despesas públicas, mas isso é diferente de diminuí-las em nome de um ajuste que serve para pagar uma conta estratosférica de juros.

Nos primeiros nove meses deste ano, o déficit fiscal foi de R$ 416,7 bilhões, sendo R$ 408,3 bilhões com juros (98%) e R$ 8,4 bilhões (2%) de déficit primário.

É insustentável. O país não aguenta isso. Conhecemos as consequências do ajuste liberal feito pelo PSDB. Travou o crescimento do país, e está travando agora com medidas que privilegiam o ajuste de mercado. Falam de reformas, medidas duras, mas são os primeiros a fazerem discursos fáceis para atacar o governo. Votar contra o que sempre defenderam.

Um novo momento inicia-se para o governo. Tenho certeza de que a presidenta Dilma saberá estruturá-lo com o objetivo de atender àqueles que confiaram na sua palavra. Todos nós passamos por momentos difíceis. Muitas vezes, por pressão,  apostamos em soluções que não são as melhores. Errar é humano e faz parte do processo. Corrigir o erro e evitá-lo é compromisso inafastável para quem tem responsabilidade pública! Estamos juntos presidenta Dilma; estamos juntos Nelson Barbosa!

Gleisi Hoffmann é senadora da República pelo Paraná. Foi ministra-chefe da Casa Civil e diretora financeira da Itaipu Binacional.

*Artigo publicado originalmente no Blog do Esmael, nesta segunda-feira (21)

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast