Gleisi rechaça ameaças de General Heleno: “Vai responder criminalmente”
Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro reage à decisão de Celso de Mello de apreender celulares do presidente e de Carlos. “Que consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional são essas às quais você se refere?”, cobra a presidenta do PT
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A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), reagiu às ameaças do General Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. “O pedido de apreensão do celular do presidente da República é inconcebível”, alertou Heleno. “E poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.
Gleisi bateu duro: “Que consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional são essas às quais você se refere, general Heleno?” E avisou: “Se isso for uma ameaça à ordem democrática, o senhor vai responder criminalmente. Se não for, o senhor precisa vir a público se esclarecer. Queremos saber o que essa frase significa”.
O comentário de Heleno também provocou reações de políticos e representantes de organizações da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil. O presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santos Cruz, criticou o ministro do GSI. “General Heleno, as instituições democráticas rechaçam o anacronismo de sua nota. Saia de 64 e tente contribuir com 2020, se puder. Se não puder, #ficaemcasa”, escreveu no Twitter.
O militar aposentado reagiu de maneira ameaçadora ao retrucar a decisão de Celso de Mello, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal que apura acusações de Sérgio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro. O ministro determinou a apreensão dos celulares de Bolsonaro e do filho, Carlos Bolsonaro.
O recado de Heleno ocorreu minutos antes do relator decidir favoravelmente pela divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que Bolsonaro ameaçou demitir o então ministro da Justiça, caso não trocasse o comando da Polícia Federal. O inquérito no STF investiga se houve irregularidade na conduta do presidente.