“Governar requer firmeza, Não dá para improvisar”, diz Dilma
Presidenta defendeu Petrobras e bancos públicos como instrumentos de desenvolvimento econômico do País
Publicado em
“Governar requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme. Não dá para improvisar”, declarou a presidenta Dilma Rousseff na noite deste domingo (28). A candidata do PT à reeleição aproveitou o penúltimo debate entre os presidenciáveis, promovido pela Rede Record de Televisão, para elucidar fatos que julgou incorretos, apresentados por seus opositores e defender a continuidade do programa de governo que executou nos últimos anos.
Dilma trouxe novamente a público o fato de que, no programa de governo de Marina Silva, existe a promessa de reduzir o papel dos bancos públicos e alertou para o risco de colocar a proposta em prática. “Toda a estrutura do Brasil, produtiva e social está ligada a esse crédito. Indústria, agricultura, crédito que financia a educação, pessoas que vão estudar, tudo isso está ligada ao crédito direcionado”, explicou.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, subsidia áreas estratégicas. “Os bancos públicos são responsáveis por investimentos na ordem de R$ 1,4 trilhão”, diz Dilma.
Petrobras – Dilma classificou como “eleitoreira” a promessa apresentada pelo candidato do PSDB, Aécio Neves, de reestatizar a Petrobras e lembrou que, historicamente, o partido do candidato tem tendências privatizadoras. “Vocês que venderam parte das ações [da Petrobras] a preço de banana e quiseram tirar o ‘bras’ para vendê-la”.
A presidenta comentou a fala do senador, que tentou explicar a falta de popularidade dos governos tucanos, em crise nos últimos anos. “O povo tem memória, lembra que o PSDB quebrou o Brasil três vezes e teve as maiores taxas de juros da história”, declarou. Dilma esclareceu ainda que seu governo conseguiu reduzir as taxas de juros e que hoje são as menores da historia.
Combate à corrupção – Questionada sobre sua responsabilidade das denúncias de um suposto esquema de corrupção envolvendo diretores da estatal, Dilma disse ter um posicionamento firme no combate a este tipo de crime. “Eu combato a corrupção para fortalecer a Petrobras. Tem gente que combate para usar denúncias para enfraquecer a Petrobras”, pontuou.
“Quem demitiu o Paulo Roberto fui eu. Foi no meu governo que a Polícia Federal investigou todos esses malfeitos e crimes e atos ilícitos”, afirmou. Dilma disse ainda ser a única candidata a apresentar propostas concretas de combate à corrupção e à impunidade, a exemplo da proposta de lei para tornar o crime de caixa dois um crime eleitoral.
“Ao longo da minha vida tenho tido tolerância zero com a corrupção. Não varro nada para debaixo do tapete”, disse Dilma Rousseff, ao responder a pergunta da jornalista Cristina Lemos sobre Segurança Pública, no segundo bloco do debate dos candidatos à Presidência da República realizado pela TV Record.
Segundo a presidenta, a nova estratégia de seu governo será aproveitar uma bem sucedida iniciativa que foi, durante a Copa do Mundo, de integração das polícias estaduais e federal, com apoio do Exército Brasileiro.
“Pretendo mudar as regras jurídicas de forma que o Governo Federal possa atuar no combate ao crime. Esse combate é essencial. O crime atua coordenadamente, enquanto as forças de Segurança atuam de forma desorganizada. O Governo Federal quer modificar esse quadro criando Centros de Comando e Controle em cada estado. Só assim combateremos o crime organizado”, disse Dilma, ao lembrar que é a única candidata que apresentou cinco propostas concretas de combate à impunidade.
No terceiro bloco, ao defender a autonomia do trabalho investigativo das polícias e da Justiça, Dilma lembrou que seu governo vem descobrindo e combatendo com firmeza a corrupção. E citou como exemplo o caso mais recente da Petrobras: “Dei autonomia à PF para prender o senhor Paulo Roberto [Costa] e os doleiros todos, o que não acontecia nos governos anteriores [do PSDB]. Defendo a apuração da corrupção para fortalecer a Petrobras, e não para enfraquecê-la, tornando álibi de uma privatização”, comparou a presidenta.
“Nesse momento, todo mundo tem que se perguntar: quem tem mais capacidade e experiência para manter o que conquistamos, para mudar o que é preciso e para fazer mais?”encerrou.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias