Guimarães nega acordo com Dilma para mudar medidas anunciadas
De acordo com líder, não houve deliberação na reunião desta quinta-feira; “qualquer um que ficar falando ‘vai ceder nisso, naquilo’, é intérprete do pensamento alheio”, declarou
Publicado em
A presidenta Dilma Rousseff encontrou-se nesta quinta-feira (17) com líderes da base aliada para tratar sobre a votação das medidas anunciadas nesta semana pelo governo para equilibrar o orçamento de 2016. Entre as propostas para superar déficit de R$ 30,5 bilhões, está a recriação da CPMF, a redução dos valores destinados ao Sistema S e ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
De acordo com o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a reunião foi “muito forte”. A presidenta quis ouvir a avaliação dos líderes da base, mas não houve, ao contrário do que a imprensa tem noticiado, acertos sobre mudanças nas medidas divulgadas pelo governo.
“Não foi acertado nada disso que está sendo especulado, muda aqui, muda acolá, nada. Nós levamos o debate político porque a presidenta abriu a reunião pedindo para ouvir a opinião dos líderes”, ressaltou o deputado federal.
Guimarães chamou de “intérprete do pensamento alheio” quem disser que houve negociação acerca das proposições do Executivo.
Segundo o parlamentar, não houve negociação, até porque “ninguém conhece o texto final” das propostas. Dilma foi alertada, no entanto, que, hoje, a CPMF não seria aprovada.
“Não significa que elas (propostas anunciadas) não sejam aprovadas daqui a dois, três meses. (…) Acredito que, quando as matérias chegarem aqui para tramitar, evidentemente que já terá um diálogo bem avançado”, avaliou.
Guimarães adiantou, durante a coletiva de imprensa, que o anúncio da reforma ministerial deve ocorrer entre quarta e quinta-feira da próxima semana. Ele ressaltou ainda a disposição da presidenta para continuar o diálogo com o Legislativo.
Há um novo encontro marcado para a próxima semana com os líderes para debater as pautas em discussão no parlamento.
Sobre o movimento em favor do impeachment liderado por integrantes da oposição, o deputado falou que está preocupado com a agenda de crescimento.
“O que é importante para o País é a retomada do crescimento, não é dar espaço a esses conspiradores que ficam o tempo todo aqui (no Congresso) só falando em uma pauta que não é a pauta que o País está pensando”, criticou.
Ele classificou como um “ganho muito grande” o fato de ser a quinta semana que não se aprova projetos na Câmara que podem prejudicar o ajuste fiscal. “A Câmara está trabalhando bem, nós estamos tendo capacidade de diálogo, acredito que esse é o caminho que vai permitir a retomada de crescimento da economia brasileira”.