Imprensa internacional repercute decisão do TSE contra Lula
Jornais como Le Monde, New York Times e The Guardian destacam que Lula lidera pesquisas e que decisão ignorou comitê da ONU
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A decisão do Tribunal Superior Eleitoral que impugnou o registro da candidatura de Lula na noite desta sexta-feira (31) foi destaque em importantes jornais do mundo, que destacaram que o ex-presidente lidera em todas as pesquisas eleitorais. A determinação do comitê da ONU para que Lula participasse do pleito de 2018, ignorada pela corte, também ganhou espaço.
A repórter do jornal Le Monde, Claire Gatinois, analisa os desdobramentos da decisão da Justiça brasileira que, contrariando determinação da ONU, impugnou a candidatura de Lula.
O título da matéria, que sai na edição impressa deste domingo (2), afirma que “privado de Lula, o Brasil mergulha no desconhecido”. O jornal aponta que o ex-presidente se tornou sinônimo dos anos felizes do Brasil: “a memória de seus dois mandatos marcados pela prosperidade econômica, a redução da pobreza extrema e a proliferação de universidades em lugares remotos do país contribui para essa popularidade. Seu carisma e sua habilidade política também”.
O periódico lembra ainda que “Lula hoje recebe o endosso de personalidades europeias, tais como François Hollande,ex-presidente francês, signatário em maio de um apelo para a candidatura do ex-sindicalista, ou Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu e figura da Social Democracia do Velho Continente. O último, quando fez uma ‘visita solidária ‘a Lula em sua cela, na quinta-feira, 30 de agosto, não deixou de apontar ‘as suspeitas em torno de seu julgamento’. ‘Lula é um homem corajoso’, insiste Schulz, emocionado”.
No New York Times o texto das repórteres Shasta Darlington e Manuela Andreoni afirma que muitos enxergam o caso de Lula como uma disputa entre a democracia e o sistema judiciário. O texto destaca que o ex-presidente “facilmente derrotaria seus rivais, com 39% dos brasileiros dizendo que votariam nele”.
O texto do jornal The Guardian destaca que a decisão do TSE “veio depois de uma dramática e cansativa sessão madrugada à dentro, transmitida ao vivo na televisão e em sites de notícias, e desafiou um pedido do comitê de direitos humanos da ONU para que ele fosse autorizado a participar das eleições”.
A matéria afirma que Lula “lidera as pesquisas nas eleições presidenciais mais imprevisíveis e polarizadas do Brasil em décadas” e relembra que a comissão de direitos humanos afirmou em agosto que sua decisão era “uma medida urgente para preservar o direito de Lula, pendendo a consideração do mérito do caso, que será realizada no próximo ano”.
Da redação da Agência PT de notícias