Jaques Wagner: Integração para superar a crise
A atual conjuntura exige ações concretas e nos demandam reações maduras. As legítimas e democráticas diferenças políticas precisam esperar o seu momento
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Vivemos uma situação absolutamente imprevista. A pandemia causada pelo coronavírus se espalhou rapidamente por todo mundo, multiplicando contaminados e mortos. Em momentos como esse, governantes e agentes públicos mostram sua capacidade de ação. Ou sua inércia. É a forma responsável e rápida de agir que diferencia os responsáveis com a população e quem coloca o caos e as disputas acima de tudo.
Nós do PT – à frente de diversos estados e responsáveis por governar o país por 13 anos, inclusive na crise econômica mundial de 2008/9 – temos alertado, desde o início, que é preciso primeiro salvar as pessoas e depois a economia. E é nesse sentido que trabalhamos, guiados pelas orientações das autoridades de Saúde e pela Ciência.
Merece reconhecimento o trabalho coletivo do Consórcio Nordeste. Os governadores e a governadora da nossa região começaram a agir cedo, preparando, por exemplo, estruturas para atender os pacientes. A mais nova medida foi a criação de comitê científico, com o intuito de orientar soluções para frear a Covid-19.
No Congresso Nacional, atuamos para que o Estado injete mais recursos na economia e minimize os danos da grave crise econômica que resultará da pandemia. Tudo para preservar vidas, empregos, a renda familiar e as empresas. É para isso que acumulamos reservas.
Aprovamos a Renda Básica Emergencial, um auxílio, por três meses, de até R$ 1200, para famílias chefiadas por mulheres, trabalhadores informais, autônomos, desempregados e microempreendedores individuais. Apresentamos ainda o Salário Quarentena, de três salários mínimos, que beneficiará até 30 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Outra iniciativa é que se proíba a interrupção de luz, água, gás e telefonia, bem como o despejo de moradias durante o estado de calamidade. Sugerimos também um crédito, com condições diferenciadas, para as empresas garantirem os empregos.
A atual conjuntura exige ações concretas e nos demandam reações maduras. As legítimas e democráticas diferenças políticas precisam esperar o seu momento. A prioridade agora é o enfrentamento à pandemia, baseado no que dizem os especialistas e não os negacionistas, que, na falta de competência, atentam contra vidas e desviam a atenção do que realmente importa: proteger as pessoas nesta terrível crise.
Jaques Wagner é senador da República pelo PT da Bahia