Jefferson Lima: Uma renovação partidária pra valer

É fundamental a construção de uma gestão mais coletiva e horizontal, com uma política de comunicação que atinja filiados, simpatizantes e população

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Tribuna de Debates do PT

As expectativas que cercaram o 6º Congresso do PT com relação a uma profunda reforma interna do partido foram enormes, em especial com a renovação em Aracaju, através da eleição interna realizada. O que se espera não são somente as promessas e sim avanços concretos que se dizem respeito à aprovação de mecanismos verdadeiramente inovadores, que alterem radicalmente o padrão de funcionamento do partido.

Com a renovação na eleição interna e com a próxima composição do Diretório Municipal, respeitando o Estatuto do PT e com uma participação forte de jovens, negros e mulheres, será necessário aprovar e executar medidas que empoderem as instâncias de base, como os núcleos nos bairros e os setoriais, conferindo a essas e outras instâncias poder real de impulsionar o processo decisório interno. Desde logo, há que se engendrar mecanismos que possibilitem aos movimentos sociais, populares e aos intelectuais e simpatizantes em geral influenciar a formação da opinião e a construção partidária.

É fundamental a construção de uma gestão mais coletiva e horizontal, com uma política de comunicação que atinja os filiados (as), simpatizantes e toda população. Isso somente será possível, através de um planejamento logo no início da gestão para dividir bem o papel de cada dirigente municipal e os principais desafios da nova gestão do PT em Aracaju. A divisão das tarefas e a construção de forma coletiva, através dos núcleos (político, organizativo, formação, mobilização…) dará uma nova “cara” a direção municipal, que é extremamente importante para dar maior potência e agilidade a formulação e gestão da intervenção política, face a situações complexas e desafiadoras como a que vivemos.

A organização da militância partidária em núcleos de base nos bairros, de modo a fortalecer a organização coletiva a longo prazo, se fará representar no interior do partido, somente por meio desse planejamento e envolvimento de toda direção e filiados(as).

A volta das reuniões e encontros nos bairros, com os movimentos populares e sociais e na Frente Brasil Popular, deverá fortalecer a formação militante necessária ao enfrentamento da conjuntura advinda com o golpe, bem como ajudar na execução do projeto vencedor nas eleições de 2016 e no fortalecimento para as eleições de 2018-2020. Nessa formação, sempre em conjunto com a Fundação Perseu Abramo, a diversidade de experiências militantes, ideologias, estratos sociais, gênero, etnias e geração, concederá aos militantes do PT, o diálogo e cultura militante, necessários ao enfrentamento da conjuntura e a retomada de um amplo processo de filiação de novos companheiros e companheiras, utilizando de ciclos de debates com temas de interessa da militância e da sociedade aracajuana, principalmente nos bairros da cidade. Esse processo de filiação e formação deve ser bem casado, com a participação Escola Nacional de Formação (ENF) e de toda didática de envolvimento municipal, com a criação também de setoriais (LGBT, Cultura, Negros/Negras… etc).

Outro ponto forte é a Comunicação com filiados e o seu maior alcance. O grande desafio é criar ferramentas de comunicação com a base de filiados do PT, como levar informação e formação aos filiados de base e nos bairros, a partir da direção do PT.

Hoje, com o advento das redes sociais, é possível levar uma quantidade de informações importantes e que fazem o contraponto aos ataques contra o PT. É preciso aumentar nosso time de combatentes nas redes sociais e no meio do povo.

Temos muitos desafios pela frente, como as mobilizações na defesa do PT e do Lula, a execução do plano de gestão municipal na prefeitura e no legislativo, o fortalecimento da organização, formação e comunicação do nosso partido e a reaproximação do PT com a sociedade e militância aracajuana. Todos esses pontos e muitos outros que aparecerão ao longo da gestão, só darão certo através de um processo forte de unidade interna.

Esse é o momento de criarmos novas esperanças, transformar as crises em oportunidades para um novo ciclo geracional de organização partidária, mantendo-se como referência da classe trabalhadora, enfrentando seus problemas internos e produzindo soluções para a sociedade, a partir da experiência de seus filiados (as) e da classe trabalhadora.

Por Jefferson Lima, Presidente do PT de Aracaju, para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar. 

ATENÇÃO: ideias e opiniões emitidas nos artigos da Tribuna de Debates do PT são de exclusiva responsabilidade dos autores, não representando oficialmente a visão do Partido dos Trabalhadores

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