Lava Jato escondeu documentos da defesa de Lula
Advogados do presidente Lula enviam ao STF evidências de que os procuradores de Curitiba mantiveram na gaveta importantes documentos relacionados aos acordos de leniência da Odebrecht
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Decisão proferida pelo juiz Luiz Antonio Bonat, que substituiu Sergio Moro na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, reconhece que documentos relacionados aos acordos de leniência da empresa Odebrecht no exterior foram mantidos em segredo pela Lava Jato. Dessa forma, a força-tarefa de Curitiba impediu que a defesa do presidente Lula pudesse acessar esses documentos, o que representou impedimento à ampla defesa.
Em petição (acesse a íntegra abaixo) encaminhada nesta quinta-feira (18) ao Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados de Lula destacam alguns trechos da decisão de Bonat, proferida no último dia 16 e que tem relação com o envio das ações contra o presidente Lula à Justiça Federal em Brasília, conforme decisão do ministro Edson Fachin. Afirma Bonat:
- “Os acordos firmados pela empreiteira com as autoridades de tais países são autônomos entre si, não dependentes, e não foram celebrados a pedido de um ou de outro país”.
- “Quanto aos pedidos de cooperação jurídica internacional FTLJ 40/2015, FTLJ 86/2016, FTLJ 118/2016 e 145/2017, deverá o MPF distribuí-los em procedimento sigiloso perante este Juízo, afim de que se possa analisar o seu objeto e se estão vinculados a outros casos em trâmite perante a 13ª Vara Federal de Curitiba. Prazo de 5 dias.”
Como explicam os advogados de Lula na petição, Bonat reconhece, assim, tanto “a realização de cooperação informal, fora dos canais oficiais previstos” quanto “a existência de procedimentos de gaveta em posse de procuradores da extinta Lava Jato de Curitiba”.
Em seguida, os advogados questionam se somente agora a 13ª Vara Federal de Curitiba tomou conhecimento da existência de tais documentos e lembram que a ocultação de provas é motivo suficiente para se anular uma acusação. Por fim, a defesa de Lula pede que o STF, por meio do ministro Ricardo Lewandowski, determine o acesso a esses e outros documentos que podem ajudar na comprovação da inocência de Lula.
Com a comprovação de que tais documentos existem e que foram escondidos pela Lava Jato, fica mais claro o que a defesa de Lula há muito tempo diz: que os procuradores de Curitiba se articularam com autoridades estrangeiras, fora dos canais legais, para atacar o presidente Lula, e que nunca houve chances de o presidente ter um julgamento imparcial.
Em uma série de documentos recentes, a defesa de Lula já comprovou, entre outras coisas, que a Lava jato atuava como um partido político com o objetivo de interferir no processo eleitoral brasileiro; agiu de maneira ilegal para que uma ordem de soltura do presidente Lula não fosse cumprida; e manobrou para que Sergio Moro fosse susbsituído por um juiz com o “perfil” da Lava Jato. A nova revelação é apenas mais uma evidência de que a Lava Jato atuou fora da lei para condenar Lula injustamente e sem provas.
Da Redação