Levy diz em Londres que crise é passageira
Ao palestrar na manhã desta quarta-feira, 13, na Bolsa de Valores londrina, ministro afirma que disciplina do ajuste fiscal e atenção do BC trarão primeiros resultados em 2016
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Em palestra na Bolsa de Valores de Londres na manhã desta quarta-feira (13) o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, esclareceu aos investidores internacionais sobre a confiança que deposita nas medidas de ajuste fiscal para que a desaceleração da economia brasileira seja apenas “temporária”.
Levy previu para o próximo ano (2016) os primeiros resultados do ajuste. “O Brasil está passando por um período de ajuste econômico. Nossa prioridade tem sido garantir a sustentabilidade das finanças públicas como a base de um novo ciclo de crescimento”, afirmou Levy, em depoimento registrado pela Agência Reuters.
Ele destacou o processo de enxugamento das contas públicas como principal ”pilar” da política econômica. Levy disse acreditar que o ajuste protege a economia dos efeitos inflacionários decorrentes da desvalorização da moeda (real), especialmente no atual cenário de enfraquecimento no ritmo de valorização das commodities (como minério de ferro e grãos).
O ministro também atribuiu a atenção e vigilância do Banco Central em relação à política monetária como indispensável à disciplina fiscal embutida no ajuste. “Estou confiante de que até o próximo ano começaremos a ver resultados”, completou. Levy desembarcou na cidade sob a atenção do mercado aos últimos dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Segundo estimativas da instituição divulgadas. nesta terça-feira (12), a economia brasileira vai ficar 1% menor em 2015. O FMI também avaliou que recolocar a inflação no centro da meta em 2016 (inflação de 4,5%) exigirá um aperto adicional na política monetária em 2015.
Para o Levy, essa é uma ação indispensável à reconquista da confiança dos investidores. Também lembrou da tradicional flexibilidade da economia brasileira para obter sucesso de ajustes econômicos em prazo relativamente curto. Ele espera que os próximos meses sejam de claras sinalizações para o restabelecimento da confiança empresarial.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias