Líder petista critica padrão “nazista” com “corredor polonês” do Senado
Para Delcídio Amaral (PT-MS), falta de entendimento pode trazer graves prejuízos ao próprio país, ao viabilizar aprovação de medidas prejudiciais à governabilidade
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Agir com autoritarismo, impor decisões, conduzir desmandos, não tolerar o diálogo e estimular a divergência. Tudo isso já foi atribuído ao regime que levou a Alemanha Nazista à pior guerra de todos os tempos, em um dos mais obscuros períodos da humanidade.
O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), também condena o padrão nazista de manobrar interesses, especialmente porque ele tomou conta das votações no Senado brasileiro.
Delcídio foi além. Ao falar com a imprensa, criticou o estreitamento do diálogo em um “corredor polonês” político e o “mercado persa” de proposições descomprometidas com a realidade do Brasil.
Ele se referia à aprovação do projeto que estende aos aposentados da Previdência Social a política de valorização do salário mínimo – um ataque aberto ao equilíbrio das contas do Tesouro, aprovado na última semana pelo Senado.
“(O Senado) é um corredor polonês e, digo ainda mais: o ambiente aqui no Senado me lembra a Alemanha nazista de 1933, quando Hitler botava os ‘bate-paus’ para constranger todo mundo. Os caras que divergiam dele, (o regime) tinha que constranger. É o que estava acontecendo aqui. Isso aqui virou um mercado persa. Isso é uma vergonha.”, exclamou o senador.
Delcídio fez o desabafo indignado à reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”, edição de sábado (11), após derrotas do governo em temas que afundam as contas públicas e o esforço fiscal do governo.
O líder defendeu o “entendimento mínimo” nas votações, sob risco de a intolerância trazida pela disputa para definir quem manda mais prejudicar o próprio Brasil. “Nós não podemos, em função dessas disputas, colocá-las à frente daquilo que é importante para o País.”
Segundo a reportagem, a base aliada enxerga nessas manobras para votar temas conflitantes com as políticas econômicas do governo uma tentativa da oposição desgastar a presidenta Dilma Rousseff.
A base acredita que a oposição quer forçar a presidenta a vetar medidas que agradam à população, por trazer benefícios financeiros. A armadilha empurra Dilma ao conflito aberto com interesses que, embora pareçam legítimos, vão prejudicar todo o país.
É o caso do projeto que deu aos aposentados ganhos reais como os concedidos ao salário mínimo, potencialmente capaz de causar rombo anual de R$ 9 bilhões em gastos adicionais e indesejáveis.
A mesma suspeita recai sobre casos de derrubada de vetos da presidenta. Os senadores optam por restabelecer o texto rejeitado pela presidenta só para que se amplie o descontrole das contas públicas e a governabilidade.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias