Livro faz análise interdisciplinar do golpe

“Brasil 2016 – Recessão e Golpe” traz análises de 12 especialistas sobre o contexto econômico, político e social que culminou no golpe

Pedro Sibahi/Agência PT

Debate no lançamento do livro "Brasil 2016 - recessão e golpe"

“Para a direita Brasileira, foi difícil aturar oito anos de Lula”, afirmou a cientista social Vilma Bokany, no lançamento do livro “Brasil 2016 – Recessão e Golpe”. Esse é um dos pontos tratados na obra que busca fazer uma análise interdisciplinar do contexto econômico, político e social que culminou com a usurpação da presidência pelo golpista, Temer. O lançamento ocorreu nesta quarta-feira (22), em São Paulo, com a presença do jornalista Paulo Henrique Amorim.

Segundo os autores, a crise econômica mundial, ao afetar o Brasil, foi atribuída ao governo Dilma e, sob pretexto de combater a corrupção, iniciou-se uma campanha difamatória cujo principal alvo acabou sendo o Partido dos Trabalhadores. O objetivo final seria impor uma reforma neoliberal pragmática, que ataca o estado de bem-estar social e o estado indutor de desenvolvimento econômico, mas mantém o fisiologismo na política.

O economista Guilherme Mello, um dos autores do livro, conta que foi “para desvendar nosso espanto que escrevemos esse livro”. O espanto se deve ao fato de que um governo que teve alta aprovação e bons índices econômicos rapidamente passou para um cenário de rejeição e crise.

Bokany ressaltou que as coligações que armaram o golpe começaram a presentar ainda no final do governo. A economista Ana Luíza Oliveira reforça essa tese ao lembrar que o PMDB lançou três documentos – “Agenda Brasil”, “Ponte para o Futuro” e “A Travessia Social” mostrando que seu objetivo era desmontar as políticas sociais do país.

“Todos esses documentos falam muito em ajuste fiscal”, comenta Oliveira, ressaltando que “Sarney já falava que a Constituição não cabia no orçamento”. Para ela, “há por trás do golpe um processo de retrocesso para perder até mesmo direitos que estavam na Constituição”.

Comentando o livro, o jornalista Paulo Henrique Amorim disse que ainda é preciso “fazer a anatomia do golpe, quem era o articulador, o menino de recados”. Ele defende que se faça um trabalho acadêmico aprofundando a tese do livro, buscando levantar os nomes que estiveram envolvidos no processo. Amorim também defendeu a prioridade de um processo de democratização dos meios de comunicação no Brasil.

Da Redação da Agência PT de notícias

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