Lula, a cooperativas: “Vamos ajudar o povo a ser mais feliz e criativo”

Em São Paulo, Lula promete investir no cooperativismo para gerar empregos. “Vamos alavancar um novo modelo de desenvolvimento, que leve em conta a criatividade do ser humano”

Ricardo Stuckert

Lula abraça membras de cooperativas presentes no encontro (foto: Ricardo Stuckert)

Ao se reunir com representantes de cooperativas e da economia criativa, nesta quarta-feira (14), em São Paulo, Lula afirmou que o associativismo será uma importante forma de gerar empregos no país caso ele e Geraldo Alckmin sejam eleitos.

“Todos nós sabemos que o mundo mudou, sobretudo o mundo do trabalho. Os avanços tecnológicos, esse mundo digitalizado, tudo mudou, e, como a gente não pode brigar com os avanços tecnológicos, precisamos discutir como gerar empregos para o povo brasileiro”, analisou.

E estimular que as pessoas se organizem em torno de cooperativas e coloquem em prática sua criatividade é uma das formas de alcançar esse objetivo, segundo o ex-presidente. 

“O Estado precisa ter um novo papel, que é o de ajudar a sociedade a construir alternativas. Eu sonho em fortalecer este país com a economia criativa, com as cooperativas. Por isso, vamos colocar recursos para alavancar um novo modelo de desenvolvimento, que leve em conta a criatividade do ser humano”, comprometeu-se.

Investimentos

Lula disse que, em seu primeiro governo, percebeu a capacidade produtiva das cooperativas em programas como o Minha Casa Minha Vida. “Muitos prédios construídos por cooperativas eram melhores que os feitos pelas empresas contratadas”, lembrou.

Se voltar a governar, Lula que dar ainda mais estímulos a essas organizações, que, segundo a União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas), reúnem hoje mais de 800 mil associados, que vão de pequenos agricultores a catadores de materiais recicláveis, passando por moradores de comunidades quilombolas a mulheres do interior do país.

“Temos que acreditar em outra forma de organização, e o Estado tem que estar pronto para que dê certo, se não, a gente não vai gerar emprego para esse imenso número de jovens que estudam, se formam e querem entrar no mercado de trabalho. Vamos jogar pesado para o povo ser mais feliz, ser criativo e criar sua própria forma de trabalhar”, afirmou.

Homenagem a dona Ilza 

Antes de abordar o tema central do encontro, Lula fez questão de homenagear dona Ilza Rodrigues, moradora de Itapeva (SP) que um empresário bolsonarista tentou humilhar por ela ser eleitora de Lula.

“Queria que esse encontro prestasse homenagem a uma mulher de Itapeva chamada dona Ilza, que foi humilhada da forma mais cruel. Um tipo de humilhação daquela só pode ser feita por quem não tem caráter, respeito nem humanismo”, disse.

Em seguida, Lula disse que ligou a Ilza, mas que não conseguiu falar com ela. “Mas, em qualquer momento desses, eu vou me encontrar com ela. E quero agradecer as pessoas que a ajudaram, porque ela manteve a posição dela e disse que vai votar no Lula de qualquer jeito, com ou sem cesta básica.” 

Força política

Candidato a vice-presidente na chapa de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) elogiou o encontro e a iniciativa das cooperativas de entregarem propostas para fortalecer o setor. 

“É assim que se faz o programa de um governo democrático, ouvindo, recebendo propostas, dialogando. Não é fazendo motociata nem nadando de jetski”, discursou, acrescentando que o estímulo ao associativismo e ao cooperativismo está posto na Constituição. “Agora, precisa sair do papel e fortalecer ainda mais esse trabalho”, defendeu.

O mesmo disse Márcio França (PSD), candidato ao Senado por São Paulo apoiado por Lula e Alckmin. “Muitas coisas que eles precisam não dependem de dinheiro, dependem só de mudança de legislação e força política. Se eles tiverem a força política, eles conduzem o resto”, analisou.

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Já a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que concorre à reeleição para deputada federal no Paraná, lembrou da importância de se eleger Lula para que os sonhos das cooperativas se concretizem.

“A gente sabe que o cooperativismo é muito importante para o desenvolvimento econômico e social brasileiro. Mas, para que esse sonho se torne realidade, nós precisamos eleger Lula e Alckmin. Então, qual é a coisa mais importante que temos de fazer agora? Campanha, pedir votos, mobilizar a sociedade. Se a gente não fizer isso, nossos sonhos vão ficar na intenção”, alertou.

“O presidente da população que sofre”

As propostas das cooperativas foram entregues a Lula por Francisco Dal Chiavon, da Unicopas. O programa traz quatro reivindicações centrais: a criação de um Projeto Nacional de Cooperativismo e Economia Solidária; investimentos em infraestrutura, acesso a capital de giro e mais recursos para a organização social. “Temos um sonho em comum com vocês: o sonho de um Brasil melhor”, disse Dal Chiavon.

Sonho também compartilhado por Maria Dulcinéia, da União Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Unicatadores). “No governo do Lula, eu consegui uma moradia, eu conseguia pagar aluguel, e nunca faltou comida na minha mesa. No governo Bolsonaro faltou a mistura e até hoje está faltando. A gente não consegue comprar carne. Estamos comendo ovo, que está caro também, salsicha, um pouquinho de linguiça, e é isso”, contou. 

E finalizou, de forma emocionante: “Mas o Lula vai voltar e vai melhorar a nossa vida de novo. Vai olhar para cada um de nós, abraçar a nossa causa, e vai voltar a ter comida na mesa de cada um, de crianças, de pais, avós e mães. Com muita fé, o Lula vai voltar a ser nosso presidente, o presidente da população de rua, da população que sofre, que cata material na rua. Ele vai voltar a melhorar a nossa vida”.

Da Redação

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