Lula sobre crise na Bolívia: ‘elite não sabe conviver com democracia e inclusão’
Ex-presidente destaca importância da luta em defesa dos mais pobres. Cuba e Venezuela também prestam solidariedade ao ex-presidente boliviano
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“É lamentável que a América Latina tenha uma elite econômica que não saiba conviver com a democracia e com a inclusão social dos mais pobres”, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais neste domingo (10), ao saber da renúncia do presidente da Bolívia Evo Morales, depois de ter convocado novas eleições na manhã de hoje.
O governo de Cuba também lamentou a renúncia, e classificou o ato como “estratégia golpista”.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, condenou “a estratégia golpista opositora que começou na Bolívia, que custou mortes, centenas de feridos e manifestações condenáveis de racismo contra os povos originários”. “Apoiamos Evo Morales”, disse o mandatário.
O ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, também se manifestou e disse que a chancelaria de Havana “condena energicamente o golpe no Estado da Bolívia”.
“Nossa solidariedade com o irmão presidente Evo Morales, protagonista símbolo da reivindicação dos povos originários de nossa América. Convocamos uma mobilização mundial pela vida e pela liberdade de Evo”, disse o chanceler.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também condenou a movimentação da oposição que levou Morales à renúncia.
“Condenamos categoricamente o golpe de Estado consumado contra o irmão presidente Evo Morales. Os movimentos sociais e políticos do mundo nos declaramos em mobilização para exigir a preservação da vida dos povos originários bolivianos vítimas do racismo”, disse o mandatário venezuelano.
O presidente Jair Bolsonaro também comentou sobre a renúncia de Morales. Para o mandatário brasileiro, a “lição” que fica das eleições bolivianas é a “necessidade” da implementação do voto impresso no Brasil.
“Denúncias de fraudes nas eleições culminaram na renúncia do presidente Evo Morales. A lição que fica para nós é a necessidade, em nome da democracia e transparência, contagem de votos que possam ser auditados. O voto impresso é sinal de clareza para o Brasil!”, disse.