Lula: “Cúpula de Belém (PA) é a Amazônia falando para o mundo”
Ao final do encontro que reuniu os oito países da região, presidente disse que a preservação do bioma e o respeito aos povos da floresta são a mensagem principal
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Ao final da Cúpula da Amazônia, o presidente Lula afirmou, nesta quarta-feira (9), em Belém (PA), que o encontro dos oito países da região vai gerar muitos frutos e entrará para a história como um marco do desenvolvimento sustentável. Em declaração à imprensa, ele disse que, a partir de agora, “é a Amazônia falando para o mundo, dando resposta ao mundo sobre o que precisamos”.
“Eu acho que o que nós fizemos foi dizer ao mundo que nós não aceitaremos mais ficar criando teses que não sejam colocadas em prática. Nós vamos à COP-28 com o objetivo de dizer ao mundo rico que se quiserem preservar efetivamente o que existe de floresta, é preciso colocar dinheiro, não apenas para cuidar da copa da floresta, mas para cuidar do povo que mora lá embaixo, que quer trabalhar, que quer estudar, que quer comer, que quer passear e que quer viver decentemente”, afirmou.
O presidente acrescentou que “é cuidando desse povo que a gente vai cuidar da floresta, porque o exemplo que nós temos no Brasil é que parte das terras mais preservadas nesse país são as terras indígenas, numa demonstração de que nós já temos os fiscais naturais para cuidar da nossa floresta. É só respeitá-los e garantir a eles condições de vida digna e decente”.
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Participaram da reunião em Belém presidentes e representantes dos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – e, como convidados, República do Congo, República Democrática do Congo e Indonésia, que, igualmente, abrigam grandes florestas. O encontro contou ainda com a presença de representantes de países como Noruega e Alemanha, os maiores doadores do Fundo Amazônia, que financia projetos de preservação da Amazônia.
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Lula disse ainda que a Declaração de Belém e o comunicado conjunto dos países amazônicos “são um passo na construção de uma agenda comum com os países em desenvolvimento com florestas tropicais, e vão pavimentar nosso caminho até a COP-30, quando estaremos de volta aqui em Belém.
O presidente também considerou “extraordinária” a realização dos Diálogos Amazônicos, que antecederam a cúpula e reuniram mais de 30 mil pessoas em Belém. “O Brasil, como anfitrião desse encontro, continuará valorizando o intenso diálogo com a sociedade civil que vivenciamos nos últimos dias. Foram quase trinta mil pessoas credenciadas nos Diálogos Amazônicos. Ouvimos as vozes dos povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, mulheres, jovens e de todos aqueles que lutam e arriscam suas vidas para preservar a Amazônia”, ressaltou o presidente.
Da Redação