Lula, no Alemão: “Com emprego, o povo vai voltar a comer três vezes ao dia”

Em ato no Complexo do Alemão, nesta quarta (12), Lula anunciou a volta do governo popular. “Não vai ser a polícia a resolver os problemas da comunidade, quem resolve é o Estado, com educação, saúde e cultura”

Lula, no Rio: “Faremos comitês para que o povo das favelas possam ajudar a decidir o que o governo vai fazer” (Foto: Ricardo Stuckert)

Uma caminhada pelas comunidades do Complexo do Alemão agitou as ruas da região do Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira (12), com a presença de Lula e sua comitiva. Antes do comício que encerrou o ato, o petista recebeu propostas de líderes de 18 comunidades locais e, diante de uma calorosa multidão, o ex-presidente fez uma saudação especial e agradeceu o apoio popular. “Para mim é uma alegria estar junto com o povo que faz sacrifício, que passa necessidade e que trabalha dia e noite, ralando para poder sustentar sua família”, declarou.

No comício, Lula reafirmou seu compromisso com um governo popular, voltado para os interesses do povo e com a participação efetiva das comunidades. “Não vai ser a polícia a resolver os problemas da comunidade, quem resolve é o Estado, que tem que fazer o que deve ser feito, trazendo educação, saúde, lazer cultura, para que as pessoas tenham como viver”, anunciou Lula. 

Lula convidou as comunidades do Rio a ajudarem na construção de políticas públicas que irão atender a população. “Faremos comitês para que o povo das favelas possam ajudar a decidir o que o governo vai fazer”, assegurou.

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Sangue nordestino

Como fez em Belford Roxo, na terça-feira (11), Lula voltou a indagar se os moradores têm parentesco com algum nordestino. “Estou perguntando isso porque outro dia o Bozo disse que eu ganhei as eleições no Nordeste porque o povo é ignorante”, destacou.

“Esse cidadão não tem noção do que é o povo nordestino. E não tem noção do que é o próprio povo carioca porque a vida dele sempre foi ligada aos milicianos que mataram Marielle [Franco]”, condenou o ex-presidente. “Tenho que pedir para qualquer pessoa que tenha sangue nordestino para não votar nesse cidadão porque ele não serve para presidir nada”, disse.

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Investimentos no Rio

Ao condenar Bolsonaro por suas bravatas e mentiras, Lula voltou a desafiar a população a apontar qualquer benfeitoria promovida pelo atual ocupante do Planalto. “A situação do Brasil não anda boa, o país tem um presidente que conta sete mentiras por dia, ele gosta de mentir. Duvido que vocês encontrem uma obra desse presidente aqui no Complexo do Alemão, na Rocinha, em algum lugar desse estado”, observou.

“Eu tenho noção do que foi o nosso governo. Nunca, na história desse país, um presidente investiu tanto nesse Rio de Janeiro como eu investi, nunca um presidente construiu tantas casas populares, nunca se gerou tanto emprego”.

Petrobras

Lula criticou duramente a tentativa de destruição do Estado nacional por meio do enfraquecimento da Petrobras a partir da Operação Lava Jato. “Eles dizem que houve corrupção na Petrobras. Quando tem corrupção, a gente não prejudica os trabalhadores, a gente prende o corrupto, o empresário, mas não fecha fábrica. Foi assim na Coreia, na Alemanha, na França”, exemplificou o ex-presidente.

“Aqui no Brasil, eles quebraram as empresas de engenharia civil, 4,4 milhões de pessoas perderam emprego, deixaram de investir R$ 270 bilhões, o Estado deixou de arrecadar”, explicou. 

“Quando eu cheguei na Presidência, a indústria naval estava quebrada. Eu disse que a gente ia fazer, e fizemos oito estaleiros, passamos a fazer sondas, plataforma. A indústria naval, que tinha 3 mil trabalhadores, passou a ter 86 mil”, elencou.

Universidades e escola em tempo integral

“Tenho orgulho de ter sido o presidente que mais fez universidades na história, tínhamos 3,5 milhões de jovens na universidade. Quando deixei a Presidência, tínhamos 8,5 milhões”, lembrou. “E não eram só pessoas brancas, hoje negros e pardos são maioria nas universidades brasileiras”, comemorou.

Lula defendeu a escola em tempo integral para as crianças e jovens. “É uma necessidade, não apenas para as crianças serem cuidadas na escola, mas para evitar que balas perdidas matem crianças brincando na rua, como acontece no país”, apontou. Vamos cuidar da creche à  universidade, dinheiro na educação é investimento e vamos fazer investimento”.

Lula também anunciou que haverá linhas de crédito para os micro e pequenos empreendedores, bem como a promoção de cooperativas populares, para facilitar os pequenos negócios. “Faremos com o que o BNDES seja um banco de fomento no país, para que a gente possa crescer”.

Propostas da comunidade

Antes da caminhada, Lula recebeu o Plano Popular do Complexo do Alemão, que aponta propostas de solução para os principais problemas da região, principalmente na área de segurança pública e saúde. O documento foi redigido após diversos encontros com 18 líderes comunitários. 

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Ele também recebeu a Agenda Queimados, da Casa Fluminense, que trata de temas ambientais.

Esperança

O prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes agradeceu o apoio de todas as comunidades presentes no ato do Alemão. “Quando Lula era presidente, a gente tinha esperança, projeto, política pública para o povo pobre e humilde da favela. Hoje não temos mais isso. Eu desafio qualquer qualquer morador de periferia e até de bairro rico a dizer qualquer coisa que Bolsonaro tenha feito para o Rio de Janeiro”, afirmou Paes. 

Ele voltou a convocar os moradores das comunidades a participarem da campanha para eleger Lula e Alckmin. “Vamos eleger o cara que mais fez pelo povo pobre e pelo Rio de Janeiro. Vamos virar essa eleição e dar uma vitória contundente para Lula”.

Da Redação

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