Lula, no Ceará: “Nessa eleição, é a democracia contra o fascismo”

Em Fortaleza para apoiar Elmano Freitas para o governo e Camilo Santana para o Senado, Lula diz por que quer voltar a ser presidente: “Quero voltar para o meu povo comer, trabalhar, estudar e ser feliz”

Ricardo Stuckert

Lula: “Peço licença ao povo brasileiro para a gente voltar a arrumar a casa”

“Essa eleição não é uma eleição comum”, ressaltou Lula, neste sábado, em Fortaleza, durante o evento que confirmou a candidatura de Elmano Freitas (PT) ao governo do Ceará.

“Não é um homem contra outro homem, ou um partido contra outro partido. Nessa eleição é a democracia contra o fascismo e o autoritarismo, é a verdade contra a mentira, é o amor contra o ódio, é a solidariedade contra a discórdia. Nessa eleição, a gente estará jogando o futuro de cada um de nós”, completou (assista à íntegra do evento no fim desta matéria).

Lula disse ter consciência de que o país andou para trás. Ele e Dilma deixaram o Brasil como sexta maior economia do mundo, o que já não ocorre mais. O quadro é de fome, desemprego, destruição da indústria.

“Este país não pode continuar na letargia que está. Não é possível que o terceiro maior produtor de alimento do mundo tenha 33 milhões de pessoas passando fome. Que o terceiro maior produtor de proteína animal do mundo tenha gente na fila para pegar carcaça de frango ou osso no açougue”, indignou-se.

E completou: “É por isso que eu digo: quero voltar a ser presidente para o meu povo comer, trabalhar, estudar e ser feliz”.

Mentiras destróem o país

Lula garantiu que, se voltar a ser presidente, vai se reunir em janeiro de 2023 com todos os governadores eleitos para retomar obras de infraestrutura e voltar a gerar emprego. Também disse que sua prioridade serão os mais pobres e que programas como Minha Casa Minha Vida voltarão.

O ex-presidente afirmou ainda que Bolsonaro pode tentar comprar o povo dando auxílios que só duram até o fim do ano, após as eleições, mas que a população não acredita mais nas mentiras do ex-capitão. “Quem pode garantir benefício para o resto da vida vocês conhecem.”

O país, nos últimos anos, disse Lula, foi vítima da mentira. Não só das contadas todos os dias por Bolsonaro, mas também pelas da Lava Jato, que chegou a colocá-lo injustamente na cadeia e destruiu o Brasil.

Quatro milhões e quatrocentas mil pessoas perderam o emprego por conta da Lava Jato. Eles destruíram a indústria de óleo e gás neste país, eles destruíram a indústria naval, estão tentando destruir a Petrobras”, alertou, antes de voltar a pedir empenho da população até as eleições.“Peço licença ao povo brasileiro para a gente voltar a arrumar a casa”, disse.

Elmano para governador, Camilo para o Senado

O ato em Fortaleza confirmou o nome do ex-secretário de Educação Elmano Freitas para concorrer ao governo cearense e o do ex-governador Camilo Santana, ao Senado.

Freitas fez um discurso comprometido com a continuidade da gestão Santana, a quem se referiu como o “maior governador que o Ceará já teve”, e se referiu a Lula como “meu presidente, meu líder, minha maior referência de política”.

“Nós vamos derrotar Bolsonaro no Ceará e no Brasil. E o povo já nos disse o caminho. O caminho da nossa vitória, o caminho de levantar o nosso povo, de ter esperança, de ter dias melhores, esse caminho tem um nome, é Luiz Inácio Lula da Silva”, bradou.

Camilo Santana, por sua vez, lembrou que nos mais de sete anos que governou o Ceará cuidou do emprego, da educação e da saúde, chegando a comprar três hospitais, um deles uma unidade particular desativada, para criar leitos de UTI na pandemia.

“Eu queria cumprimentar o maior presidente da história deste país que trará esperança de volta ao povo brasileiro”, disse Camilo olhando para Lula. “O que fizemos aprendemos com seu governo, que olha e cuida das pessoas.”

Gleisi convoca para a mobilização

Também presente no ato, a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), ressaltou a importância da mobilização das pessoas nestes dois meses que faltam até as eleições.

Ela lembrou que, em 2018, quando Lula foi injustamente preso pela Lava Jato, ele fez um discurso no qual dizia: ‘Vocês, agora, vão ter que ser a minha voz, as minhas pernas, os meu braços’.

“Agora, nós precisamos de novo”, prosseguiu Gleisi. “Essa campanha é muito diferente de qualquer outra campanha que nós já fizemos. E essa campanha não é a campanha do Lula, é a campanha do povo brasileiro, em que cada um de nós tem que ser Lula”, conclamou.

Da Redação

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