Lula: “Quando juiz condena sem provas, a Justiça está em crise”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o convidado de desta terça-feira da conversa ao vivo promovida pelo deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) em sua página no Facebook.

Na pauta da conversa, não faltou o assunto do momento: a votação desta quarta-feira (2) no plenário da Câmara do processo de autorização para abertura de investigação contra o usurpador Michel Temer, sobre a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de corrupção passiva.

Para Lula, é preciso acatar o prosseguimento da denúncia contra Temer e, então, partir para a pauta da retomada do crescimento econômico.

“Enquanto se briga no Congresso, o desemprego aumenta, a dificuldade do povo aumenta muito. É preciso discutir a retomada do crescimento econômico. Eu acho que é isso que deveriam priorizar depois da votação de Temer, para o Brasil voltar a sonhar”, afirmou Lula.

Sobre a perseguição jurídica e midiática ao ex-presidente, Damous, que é jurista, falou da “seletividade, do punitivismo, da quase fascistização” do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia, em especial no caso da Operação Lava Jato.

“A grande mídia tem se transformado em partido político. Na verdade, são dois partidos, a mídia e o Judiciário, se metendo na política, criminalizando a política e escolhendo um adversário, que é o nosso presidente Lula”, declarou Damous.

Segundo Lula, a perseguição a ele prejudica o País.

“O País só pensa em eleições. Aqueles que trabalham para me condenar, não pensam em outra coisa a não ser tentar impedir qualquer possibilidade do Lula voltar a ser candidato. E fico triste porque, ao tentarem me prejudicar, quem é prejudicado é o povo brasileiro”.

E declarou: “Quando um juiz resolve dizer que não precisa de provas para condenar um cidadão, o mundo acabou, a Justiça está em crise”.

Lula e Damous também discutiram os retrocessos desse governo golpista impõe ao povo brasileiro, em especial com a aprovação da reforma trabalhista e proposta de reforma da Previdência.

“São quase 70 anos de conquistas dos trabalhadores que eles jogaram fora. Obviamente, vamos fazer um esforço imenso para restabelecer o conjunto de direitos ao povo trabalhador”, garantiu Lula.

O ex-presidente ainda afirmou que o ideal para o País seria que a realização de eleições diretas ainda este ano.

“É preciso votar em gente diferente dessas pessoas que votaram no golpe contra a companheira Dilma. Temos que nos preparar para enfrentar um debate muito sério sobre o estrago que foi feto nesse País. O que eles fizeram foi um assalto à consciência do povo trabalhador do Brasil”, afirmou.

Assista à íntegra:

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias