Para deputados do PT, prioridade é votar denúncia contra Temer

Votação para autorizar abertura de investigação contra Michel Temer por crime de corrupção está prevista acontecer na volta do recesso parlamentar

Lula Marques/Agência PT

Golpista Michel Temer é denunciado pela PGR

Está prevista para acontecer na próxima quarta-feira (2) a votação no plenário da Câmara dos Deputados do processo de autorização para abertura de investigação contra o usurpador Michel Temer, sobre a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de corrupção passiva.

De acordo com o líder da Minoria da Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), o PT e os demais partidos da oposição vão avaliar qual a melhor estratégia para essa votação. No entanto, o parlamentar deixa claro que o objetivo é o afastamento de Temer.

“Prioridade absoluta é nós votarmos a denúncia contra Temer. Vamos levar isso na melhor estratégia para preservar os interesses da democracia e do povo brasileiro”, afirmou.

Para ele, não há dúvida na opinião pública de que o PT e os partidos de oposição são os que mais querem e lutam pelo afastamento de Temer.

“A pressão que estamos exercendo sob os parlamentares é decisiva para angariarmos apoio para aprovarmos a tramitação do processo que deverá ir ao Supremo”, completou.

Deputado José Guimarães (PT-CE)

O líder acredita que o governo golpista não terá 342 votos, número mínimo de votos exigidos pela Constituição Federal para que o processo da denúncia possa ser instaurado na Justiça.

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) concordou com o colega de bancada. Para ele, a principal pauta do PT no momento é votar favoravelmente à denúncia contra Temer.

Teixeira lembrou que outra denúncia contra o peemedebista deve ser apresentada ainda neste mês de agosto.

Já na avaliação da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), o acatamento da denúncia contra o usurpador dá ainda mais força para o “Fora Temer” e para a campanha das Diretas Já.

O deputado e líder da Oposição no Congresso Nacional, Décio Lima (PT-SC), relembrou a gravidade das denúncias contra Temer.

“A situação de Temer é a materialidade do delito. Ali está a gravação com a voz incontestável de Temer se utilizando da Previdência da República para obter propina”, criticou.

Para ele, por Temer estar envolvido “com a materialidade do crime”, não pode presidir o Brasil.

“O País está sendo governado por um bandido. E por isso ele não tem mais condições de se sustentar nessa instituição que é a Presidência da República. Já não tinha pela condição de ilegitimidade, ele não foi eleito pelo povo brasileiro, não foi escolhido presidente”, ressaltou.

Prioridade absoluta é nós votarmos a denúncia contra Temer”, diz deputado José Guimarães

Décio lembrou, porém, que no Congresso Nacional a relação da maioria dos parlamentares é fisiológica.

“É repugnante a relação que a maioria desse Congresso tem na vida pública. É o fisiologismo, é o balcão de negócios do toma lá dá cá. E aí estamos vendo as emendas sendo liberadas, recursos sendo tratados como se o Brasil fosse um balcão de negócios”.

As negociatas do governo com os deputados para tentar salvar Temer também foram destacadas pela deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).

Segundo ela, o governo golpista adiou empurrou a votação para depois do recesso para ganhar tempo e estabelecer o balcão de negócios.

E completou: “Estamos vivendo, além de um estado de exceção, um estado de absurdo, onde a gente tem um presidente que foi flagrado numa conversa absolutamente antirrepublicana, que assume a responsabilidade por inúmeros crimes que estão postos naquela fala dele, e o que a gente está vendo é que nada acontece”.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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