Machismo: presidente do PSL diz que “política não é muito da mulher”
Luciano Bivar fez diversas declarações machistas e afirmou ser contra a cota de 30% das candidaturas dos partidos para as mulheres
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Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, partido do Bolsonaro, fez declarações extremamente machistas neste domingo (10). Uma das frases desprezíveis pronunciadas por Luciano foi: “a política não é muito da mulher. Eu não sou psicólogo, não. Mas eu sei isso”, ao responder um questionamento sobre uma candidata laranja da legenda, em entrevista à Folha de S. Paulo.
O presidente do PSL ainda declarou ser contra a regra que determina que 30% das candidaturas dos partidos sejam femininas. “Eu considero a regra errada. Tem que ir pela vocação. Se os homens preferem mais política do que a mulher, tá certo, paciência, é a vocação”.
Parlamentares petistas se manifestaram, em suas redes sociais, sobre as afirmações machistas. A deputada federal Maria do Rosário rebateu a clara demonstração de machismo de Bivar com a declaração: “e os homens desse governo que está aí, tem vocação pra dizer asneiras e fazer a pior política. Aliás, algumas mulheres também. Não deveria tomar todas as brasileiras pela medida do seu partido”.
Natália Bonavides esclareceu que “não é a primeira vez que falam que política não é lugar de mulher. Ainda hoje precisamos reafirmar que: lugar de mulher é onde ela quiser! Defendemos as cotas para candidaturas femininas, defendemos a vida e os direitos das mulheres. Por mais mulheres feministas na política!”.
Margarida Salomão comentou que o fato da legenda utilizar candidatas laranjas é também mais uma demonstração absurda de machismo. “Pior é perceber que a exploração de candidaturas de mulheres parece sistemática. Eis outra face cruel do machismo brasileiro. Os neocoronéis nem precisam mais eleger suas esposas para o Congresso. Basta lançar candidatas e embolsar os recursos públicos a que elas têm direito”.
A candidatura laranja é de uma deputada federal em Pernambuco, Maria de Lourdes Paixão, secretária do partido no estado, que obteve apenas 274 votos mas recebeu a terceira maior verba de fundo eleitoral do partido, maior que a do próprio Jair Bolsonaro: R$400 mil.
A prestação de contas do partido de Bolsonaro sustenta que 95% da verba utilizada na campanha de Maria de Lourdes Paixão foi destinada a gráficas que teriam feito a impressão de 1,7 milhão de adesivos um dia antes das eleições, mas a Folha de S. Paulo visitou os supostos endereços das gráficas e não encontrou nenhum sinal de que elas tenham funcionado nesses locais durante a eleição.
Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT com informações da Folha de S. Paulo