Manifestações não podem ser pretexto para golpe, diz Marcio Macedo
Em entrevista à rádio 103 FM, em Aracaju (SE), o secretário de Finanças do PT saiu em defesa da democracia e da presidenta Dilma Rousseff. Ele também criticou a oposição
Publicado em
O secretário nacional de Finanças do PT, Marcio Macedo, afirmou, nesta segunda-feira (24), que as manifestações – sejam elas favoráveis ou contrárias ao governo – “são bem-vindas no Estado Democrático de Direito”.
No entanto, ele condenou que os protestos sirvam de pretexto para aqueles que defendem um golpe contra a democracia brasileira. Marcio criticou ainda as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso favoráveis ao afastamento da presidente Dilma Rousseff.
“As manifestações são bem-vindas no Estado Democrático de Direito, uma vez que é princípio da democracia a convivência com a pluralidade de opiniões e a liberdade das ideologias poderem se manifestar. Não podemos ser contra. Agora o que não podemos aceitar é que sejam manifestações que atentem contra a democracia, que queiram apoiar a gestação de um Estado de exceção dentro do Estado Democrático, nem a tentativa de cercear o cumprimento da legislação brasileira e o direito dos cidadãos que foram às urnas e votaram num projeto político, que tem que ser respeitado”, disse ele em entrevista à rádio 103 FM, em Aracaju (SE).
Marcio Macedo ponderou que “não dá para estender o período eleitoral aos quatro anos de mandato da presidente Dilma Rousseff”. “A eleição aconteceu, um projeto saiu vitorioso, que é o que está em curso no país. A oposição deve fazer a sua parte, mas não propor um golpe. Todos nós sabemos o que significa o golpe. Significa a tortura, a opressão e a corrupção que não é apurada”, reforçou.
Ele reconheceu ainda que o país passa por uma crise política, econômica e ética, mas disse ter confiança na melhoria do quadro. “A crise existe, este tem sido um ano de ajustes, mas, como otimista que sou, acredito que na virada do ano, no mais tarde no final do primeiro semestre de 2016, a situação já estará melhor, e o Brasil terá condições de retomar o crescimento, controlar a inflação e avançar nas pautas das conquistas de inclusão social e de valorização dos trabalhadores”, defendeu.
“Birrinha de Aécio” – Para o representante da Direção Nacional do PT, as tentativas de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff “não passam de birrinha” do senador Aécio Neves (PSDB), que foi derrotado por ela no pleito do ano passado. “O clima de golpe arrefeceu, porque setores da grande mídia e o grande capital, incluindo aí os banqueiros e a indústria, viram que estava na hora de acabar com essa brincadeira política de Aécio, que perdeu a eleição, e que por ‘birrinha’, quer levar o país para uma crise sem precedentes”, ressaltou.
Marcio Macedo disse ainda que se a oposição deseja voltar a comandar o país deve se organizar para disputar novas eleições em 2018. “Se é contra Dilma, continue fazendo oposição e aguarde a próxima eleição. O que não pode é querer tirar um governo eleito democraticamente”, afirmou.
FHC – Marcio Macedo também condenou a defesa de FHC para que Dilma renuncie. “O Brasil viu as manifestações de FHC surpreso com a desfaçatez dele. O ex-presidente tucano quebrou o Brasil três vezes, como todos sabem. Durante sua gestão, foram vários os escândalos de corrupção, envolvendo a compra da reeleição. São processos que tramitam até hoje. Com ele, a inflação chegou a 12,2%, o país teve seu maior índice de desemprego”, afirmou.
Frente Brasil Popular – Na avaliação do secretário de Finanças do PT, a manifestação do último dia 20, promovida pela Frente Brasil Popular, comandada por movimentos sociais, mostrou que a população está disposta a defender a democracia. “Nosso objetivo principal é a defesa da democracia e contra a tentativa de golpe branco, por aqueles que querem usar as instituições brasileiras para alcançar seus objetivos. Se a democracia estiver em risco, nós vamos para as ruas”, disse.
Da Redação da Agência PT de Notícias