Manifestantes sem adesão partidária também lutam pela democracia

Populares se negam a apoiar golpe da direita e se juntam a ato pela permanência de Dilma na presidência da República

Foto: Agência PT

Cidadãos sem ligação com partidos políticos engrossaram o ato contra o golpe em curso no país na tarde desta sexta-feira (18), em São Paulo (SP). A manifestação foi organizada pela Frente Brasil Popular, grupo que reúne mais de 60 entidades populares e partidos políticos.

A preocupação geral é com a destituição ilegítima da presidenta Dilma Rousseff, reeleita democraticamente nas eleições de 2014, em curso no Legislativo. A atuação do juiz Sérgio Moro também foi muito questionada, sobretudo pelos grampos telefônicos vazados à imprensa e pela condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no começo de março.

O estudante de Teologia Lenilson Marques, 20, não milita em nenhuma sigla, mas se identifica com a esquerda. “Vim contra o golpe e esta é a hora de tomar um lado”, disse. O jovem andava pela rua com dois cartazes, um com os escritos “em defesa da democracia” e outro com dizeres de reprovação ao deputado e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Voto no Psol, mas hoje eu vim pela democracia. Vim de família humilde e entrei na universidade só por causa de cotas e políticas implementadas pelo governo PT. Hoje já fiz mestrado e estou no doutorado, que não tem cota, mas me sinto muito grata ao projeto do PT com a Educação”, falou a professora Clarissa Campomizzi, 30 anos, momentos após tirar uma ‘selfie’ com um grande cartaz com a imagem de Lula.

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Professora Clarissa Campomizzi esteve presente ao ato em defesa da democracia, na Avenida Paulista (SP). Foto: Agência PT

Além de Clarissa, muitos professores de História participaram da atividade que se estendeu pela noite em São Paulo. E a maioria vê semelhanças com as ações de 1964, quando os militares tomaram o poder de João Goulart com apoio de setores reacionários e imprensa. Os historiadores ressaltaram, porém, que as instituições brasileiras estão mais fortes e a esquerda mais organizada em relação à aquela época.

O professor Miguel Priante Ugá, 29, reclamou do que considera parcialidade da mídia e do Judiciário. “Existe um bombardeio pesado das mídias burguesas contra o Partido dos Trabalhadores que é um partido que luta pela questão social e isso incomoda a burguesia e a classe média”, falou. Ugá também cobrou investigações sobre o senador Aécio Neves (PSDB – MG), que teve o nome citado na delação do senador Delcídio do Amaral.

Não foram só os paulistanos que endossaram o ato na Avenida Paulista. Manifestantes de municípios próximos e do interior também fizeram viagens para defender a permanência de Dilma Rousseff no cargo.

O instrutor de mergulho Diego Molina, 25, por exemplo, saiu de São Bernardo do Campo acompanhado da cunhada para a manifestação. “Eu estava fora do país acompanhando as notícias e ao chegar aqui percebi que a situação é bem mais grave que eu imaginava, com essa ofensiva da oposição”, diz ele, filiado ao PT.

Preocupada com o rumo do País, a bancária aposentada Maria de Lourdes, viajou mais de 400 km e manifestou com uma bandeira do Brasil. “Não vivi em 1964, mas vejo muitas coisas parecidas com o golpe da época, como alienação e movimentos de massa promovidos pela mídia”, criticou.

Os estudantes Marcos Paiva e Cecília Pereira, ambos 19 anos, chegaram a São Paulo em um ônibus fretado com um movimento popular de Guaratinguetá, distante quase 200 km da capital paulista. “Fiz questão de vir nessa (manifestação), sobretudo pela questão de manipulação midiática, como temos visto”, disse a jovem estudante.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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