Marcia Rosa: Mais Chico, Menos Ódio
Francisco Buarque de Hollanda, sem sair de sua incrível dimensão humana, veio nos salvar justo ao fim desse ano difícil, que foi o de 2015.No Leblon, Zona Sul do Rio…
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Francisco Buarque de Hollanda, sem sair de sua incrível dimensão humana, veio nos salvar justo ao fim desse ano difícil, que foi o de 2015.
No Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, Chico Buarque, cercado física e simbolicamente pela intolerância política, expôs ao País o grau de intolerância a que certos setores da sociedade passaram a recorrer para esconder aquilo que na verdade são: derrotados.
Tristes, reacionários, ignorantes e, definitivamente, derrotados.
Chico Buarque, o gigante da música e da literatura, eterno desde sempre em sua produção artística, pessoal e moral, cercado por um bando de fedelhos alimentados pelo ódio que, todo dia, exala das redes sociais e da mídia brasileira.
Fedelhos que repetem clichês e preconceitos sem sequer entender do que estão falando.
Porta-vozes robotizados de um ódio voltado contra o Partido dos Trabalhadores, mas que nasceu do horror das velhas elites nacionais às ideias de esquerda, dos movimentos populares, dos governos que não olham só para os mesmos beneficiários de sempre.
Papagaios de uma direita cada vez mais representadas por sequelados morais.
Sereno e sábio, Chico Buarque saiu desse episódio maior, mais belo, mais humano.
Mais ainda: o assédio a ele serviu para despertar em todos, inclusive nos conservadores decentes, um sentimento comum de repulsa a essas hordas de analfabetos políticos que cresceram à margem das paneladas nos condomínios de luxo e dessas marchas estúpidas por impeachment e intervenção militar.
O Brasil tem orgulho da história e da arte de Chico Buarque.
Em 2016, e em todos os anos que virão a seguir, Chico sempre, sempre irá nos representar.
Irá representar o Brasil que ama e respeita a democracia.
Marcia Rosa é prefeita de Cubatão pelo PT