Marco temporal: Gleisi rebate críticas de ruralistas a Lula

Presidenta do PT mostra que Frente Parlamentar Agropecuária é irresponsável ao tentar derrubar veto ao marco temporal e lembra que nenhum presidente apoiou tanto o agronegócio quanto Lula

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O que o governo está fazendo é mostrar uma tendência de controle das contas públicas, segundo Gleisi

A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), rebateu, nesta segunda-feira (4), as absurdas críticas que parlamentares financiados pela parte irresponsável do agronegócio fizeram ao presidente Lula. 

As críticas surgiram depois de Lula, na Cúpula do Clima da ONU (COP 28), dar declarações em defesa do meio ambiente e dos povos originários do Brasil (leia mais abaixo). 

“Em nome de quem a Frente Parlamentar Agropecuária ataca Lula pelas posições que ele defendeu na COP 28? Em nome do Brasil e do sucesso do agronegócio é que não”, escreveu Gleisi na rede social X.

A presidenta do PT prosseguiu lembrando que os governos de Lula foram os que mais apoiaram o crescimento sustentável do agronegócio nacional.

“Nenhum presidente fez mais pela expansão da agropecuária e sua sustentabilidade do que Lula, em seus três governos. Foi ele quem criou o Plano Safra, em 2003, que contribuiu para triplicar nossa produção, e este ano destinou o recorde de R$ 364 bilhões em financiamentos. Isso é 27% a mais que o Plano Safra de Bolsonaro”,  

Ela prosseguiu: “Foi Lula quem abriu mercados para as exportações do agro, no Oriente Médio, Ásia, África e Europa, enquanto Bolsonaro brigava com a China, nosso maior parceiro comercial. O Brasil está reabrindo as portas que ele fechou, com muito incentivo à sustentabilidade de nossa produção”. 

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Por fim, Gleisi também fez a defesa dos direitos dos povos indígenas, ressaltando que essa posição também favorece o agronegócio internacionalmente. 

“A preservação de territórios e direitos dos indígenas é parte essencial de nossa relação com um mundo cada vez mais exigente sobre a procedência de grãos e proteínas. Nossa oposição ao chamado ‘marco temporal’ é conhecida há tempos, referencia-se na Constituição e foi confirmada em decisão do STF. A FPA está agindo por motivação ideológica, sem pensar na sustentabilidade e na competitividade do nosso agronegócio.”

Lula: “Raposas no galinheiro” 

No fim de semana, em Dubai, onde ocorre a COP 28, Lula chamou a atenção para o fato de a Frente Parlamentar Agropecuária estar mobilizada para derrubar o veto que ele impôs ao marco temporal, que estabelecia a data da promulgação da Constituição (5 de outubro de 1988) como definidora da ocupação das terras pelos povos indígenas. Dessa maneira, somente territórios ocupados pelos indígenas antes dessa data poderiam ser demarcados.

Quando vetou vários artigos do Projeto de Lei nº 2.903/2023, o presidente evitou sancionar uma lei claramente inconstitucional, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia tomado decisão a respeito do assunto e derrubado a tese do marco temporal.

Agora, parlamentares ruralistas querem derrubar o veto, atacando os povos indígenas e colocando o Brasil de volta à insegurança jurídica. Tamanha irresponsabilidade foi comparada por Lula à situação em que uma raposa é colocada para tomar conta do galinheiro.

“A gente tem que se preparar para entender que ou nós construímos uma força democrática capaz de ganhar o poder Legislativo, o poder Executivo, e fazer a transformação que vocês querem, ou nós vamos ver acontecer o que aconteceu com o Marco Temporal. Querer que uma raposa tome conta do nosso galinheiro é acreditar demais. E nós temos que ter consciência do papel da política que a gente tem que fazer”, disse o presidente.

Os ruralistas reagiram com seus chavões vazios de sempre, acusando Lula de tentar “criminalizar a produção rural”, o que obviamente não faz sentido algum. Para derrubar tal argumentação, basta rever os dados citados por Gleisi em sua postagem.

O que a FPA tenta é manter um clima de polarização no país baseado em ataques às instituições, especialmente o STF. O marco temporal é apenas a mais recente desculpa para continuar os ataques da extrema direita à Suprema Corte.

Da Redação

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