Matheus Busnardo Bizzo: a estratégia máxima é não abrir mão dos princípios

Enquanto houver explorados e oprimidos, haverá luta, mas a responsabilidade do PT é muito grande. Nossa sobrevivência vai além de governos, cargos, vai para a real emancipação da nação

Ricardo Stuckert
Tribuna de Debates do PT

Desde o golpe de Estado contra a presidenta eleita Dilma e a condução elitista, entreguista e antipátria da Lava Jato, o Partido dos Trabalhadores sofre com duros linchamentos midiáticos.

Apesar desses diversos linchamentos e derrotas históricas nas eleições municipais de 2016, Lula, segundo a CNT/MDA, está na frente em todos os cenários para a eleição presidencial em 2018. De fato, o resultado é para se comemorar, mas em parte. Se Caetano Veloso cantou em “Um Comunista” que se nasce um comunista ao prestar atenção sobre o que não está a vista, convido a desmiuçar o cenário.

Mais da metade dos entrevistados declarou voto branco ou nulo na pesquisa e são esses que temos que ouvir. Esse número é reflexo do descontentamento geral com a política e as instituições. O que ocorre na Europa e o efeito Trump são reflexos disso num panorama global. A eleição de Dória em São Paulo e Crivella no Rio mostra que é a vez dos “outsiders”.

Lula foge à regra pois tem um legado único na história do Brasil, mas o comportamento do Partido dos Trabalhadores tem que ser diferente. E se os princípios do PT são a construção popular do socialismo e a radicalização da democracia, essa será a solução para o impasse político atual. Sem idealismos, superar as práticas burguesas que incorporamos para conseguir governar o país é uma necessidade, um instinto de sobrevivência.

Enquanto houver explorados e oprimidos, haverá luta, mas a responsabilidade do PT é muito grande. Nossa sobrevivência vai além de governos, cargos, vai para a real emancipação da nação num contexto de imperialismo. O povo quer renovação, e a reprodução das práticas antigas e, pior, descoladas dos núcleos de base e populares só darão margem ao crescimento da extrema direita no país.

Lula é o maior líder político do país e sabemos que sua vitória não é o suficiente, precisamos focar naquela maioria de votos nulos que, como sabemos bem, vota nos candidatos sem ideologia popular – são aqueles que usam dos cargos públicos para benefícios próprios e de uma pequena elite.

O pacto social para a retomada do desenvolvimento do Brasil, representado na figura popular e de esquerda de Lula, precisa da base legislativa popular também. Não nos esqueçamos da Câmara dos Deputados e do Senado, vamos lembrar que o boicote contra Dilma foi parlamentar, o golpe também foi parlamentar. Isso só será possível com um PT de base, além de gabinetes.

Por um PT sonhador, mas jamais idealista, só o materialismo e a honestidade com o povo podem superar os ataques da elite vira-lata.

VIVA O PARTIDO DOS TRABALHADORES! VENCEREMOS.

Por Matheus Busnardo Bizzo tem 20 anos, filiado ao PT, é morador de Jacarepaguá (bairro do Rio de Janeiro), estudante de Historia da UFF (Universidade Federal Fluminense), militante da JPT-RJ e filiado ao Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro/SinPro-Rio (CUT), para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.

ATENÇÃO: ideias e opiniões emitidas nos artigos da Tribuna de Debates do PT são de exclusiva responsabilidade dos autores, não representando oficialmente a visão do Partido dos Trabalhadores

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