Mês da visibilidade trans: conheça mulheres que fizeram história
Da política aos esportes, confira algumas mulheres trans que venceram os preconceitos e marcaram a história do mundo
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O dia da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro, foi escolhido para colocar em evidência as particularidades dessa população que precisa lutar por trabalho, políticas de saúde, pelo reconhecimento da existência, contra a violência e inclusive pela própria vida, já que o Brasil é o país que mais registra extra oficialmente os assassinatos de travestis e transexuais no mundo.
A situação é ainda mais preocupante com a decisão do governo Bolsonaro de retirar pautas importantes da comunidade LGBT da política de Direitos Humanos.
Em comemoração a esse mês, conheça algumas mulheres trans que ousaram lutar pelos seus direitos acima de todos os preconceitos e medos e marcaram a história do mundo.
Miss Major
Conhecida como a mais antiga líder da comunidade trans, foi a voz dessas mulheres por mais de quatro décadas nos Estados Unidos. Participou da revolta de Stonewall, rebelião que aconteceu nos EUA na década de 60 quando constantemente a população LGBT era presa sem motivo, então em uma noite no bar Stonewall Inn essa comunidade resistiu à polícia e deu início a um confronto que durou seis dias.
Ela também lutou pela abolição do sistema carcerário e pelos direitos das pessoas trans.
Jaqueline Gomes de Jesus
Professora de Psicologia, ativista dos direitos LGBT e do movimento negro, é uma das poucas pessoas transexuais com doutorado no Brasil. Autora do livro “Transfeminismo: Teorias e Práticas”, foi também a primeira negra trans a receber a medalha Chiquinha Gonzaga, prêmio criado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro com o objetivo de homenagear personalidades femininas que se destacam em prol de causas democráticas, humanitárias, artísticas e culturais. Chiquinha Gonzaga foi autora da primeira marcha carnavalesca com letra e a primeira mulher a reger uma orquestra no país.
Marsha P. Johnson
A drag queen esteve na linha de frente do ato que é considerado o pontapé inicial do movimento LGBT contemporâneo. Negra e prostituta de Nova Jérsei nos EUA, foi uma das grandes figuras da luta pelos direitos da comunidade LGBT.
Foi encontrada morta em um rio próximo ao bairro que viveu, sua morte foi considerada suicídio mas até hoje não se sabe ao certo o que aconteceu. O episódio acarretou em uma luta da população LGBT para reabrir o caso e descobrir a verdadeira causa de seu óbito.
Cláudia Celeste
Primeira travesti a atuar em uma novela brasileira. A carioca participou de “Espelho Mágico”, mas o público ainda não sabia de sua transição. Por conta da Ditadura, que não permitia que travestis e transexuais aparecessem na TV, ela teve que deixar a produção, e só conseguiu voltar ao ar dez anos depois, em “Olho por Olho”, no ano de 1988.
Rogéria
Atriz, cantora, maquiadora e transformista brasileira, é a mais conhecida atriz transexual brasileira. Começou sua carreira como maquiadora de famosos e ao longo de sua vida participou de diversas novelas, peças de teatro e filmes.
Cecília Chung
Dedicou a sua vida a lutar pelos direitos da comunidade LGBT, principalmente na área da saúde. Fez parte da história ao conseguir que São Francisco fosse a primeira cidade dos EUA a possibilitar a cirurgia de redesignação genital gratuita.
Tiffany Abreu
Jogadora de vôlei destaque da Superliga, é a primeira jogadora trans a disputar o campeonato. Enfrenta diariamente diversas críticas à sua presença no time feminino.
Christine Jorgensen
Primeira mulher transexual dos EUA a passar por uma cirurgia de redesignação genital. Antes da transição lutou na Segunda Guerra Mundial e decidiu viajar para a Dinamarca, lugar em que começou suas cirurgias nos anos 1950.
Lili Elbe
Foi a primeira mulher trans a passar por uma redesignação, no ano de 1930. Conseguiu retificar seus documentos na Dinamarca. Sua história foi inspiração para o livro “A Garota Dinamarquesa” que foi adaptado para o cinema e conquistou um Oscar.
Laerte
Cartunista reconhecida no Brasil, sua transição foi de crossdresser à mulher transexual. Trabalhou para os programas “TV Pirata”, “Sai de Baixo” e “TV Colosso”. É apresentadora do programa “Transando com Laerte” no Canal Brasil e foi tema do primeiro documentário original da Netflix no Brasil, o “Laerte-se”.
Georgina Beyer
Foi a primeira pessoa transexual do mundo a ser eleita prefeita, pelo Distrito de Carterton na Nova Zelândia em 1995. No ano de 1999, foi eleita para o Parlamento, e se tornou também a primeira pessoa trans membro de um parlamento.
Erica Malunguinho
Primeira mulher trans da história da Assembleia Legislativa. Foi eleita deputada estadual por São Paulo, pelo PSOL.
Negra e Pernambucana, Erica é a criadora do quilombo urbano Aparelha Luzia, espaço para fomentar produções artísticas e intelectuais na capital de SP.
Keila Simpson
Presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). A bahiana possui grande histórico na militância LGBT e foi a primeira travesti a assumir a presidência do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos Humanos LGBT. É também membro da Associação Brasileira de LGBT.
Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT