Milhares vão à Paulista em apoio a greve dos caminhoneiros

Manifestação na noite desta sexta (25) teve passeata e concentração em frente à sede da Petrobras em São Paulo

Vinícius Segalla

Manifestantes ocuparam a Paulista nesta sexta em defesa dos caminhoneiros mobilizados em todo o país

Milhares de paulistanos foram à avenida Paulista nesta sexta-feira (25) protestar contra a escalada de preços nos combustíveis e em apoio à greve dos caminhoneiros, que protestam em todo o país contra a política de preço dos combustíveis posta em prática pelo governo de Michel Temer. A manifestação também se deu em virtude das medidas anunciadas nesta sexta por Michel temer, de fazer uso das Forças Armadas contra os caminhoneiros que lutam por seus direitos.

Portando bandeiras de partidos e associações de esquerda e com gritos em defesa dos caminhoneiros e contra uma política de proteção aos acionistas da Petrobras, em detrimento do povo brasileiro, os manifestantes lembraram que há outras maneiras de se regular a tarifação dos combustíveis e do gás de cozinha.

O biólogo Ubiratã de Souza Dias, ativista do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), por exemplo, assim explicou os motivos que o levaram às ruas nesta sexta: “É para defender os caminhoneiros, sua luta justa, que estamos aqui. mas é também para defender a Petrobras e sua função pública. ela deve atender prioritariamente ao povo brasileiro, e não prioritariamente ao interesse de seus acionistas”.

O biólogo Ubiratã de Souza Dias foi às ruas contra a política de preços dos combustíveis imposta por Temer

Ubiratã se referia à política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras desde que Michel Temer tomou o poder, em 2016. Desde então, a empresa passou a atrelar o preço dos combustíveis que é vendido no Brasil ao preço do barril do petróleo e ao câmbio do dólar, passando direto para a bomba qualquer reajuste que aconteça no mercado internacional.

O bancário Daniel Kenzo, funcionário do Banco do Brasil, contou porque discorda deste tipo de precificação. “O Brasil produz seu próprio petróleo, é capaz de refinar a própria gasolina e o óleo diesel. Nos governos anteriores ao de Temer, o consumidor brasileiro não tinha que pagar pelo aumento do petróleo lá fora, só para que os investidores nunca saíssem perdendo. Agora, isso mudou. Michel Temer coloca o interesse do mercado acima do interesse dos brasileiros”, resumiu o bancário.

Já a funcionária da Petrobras há 15 anos Cibele Vieira, também presente na manifestação, arrematou: “Quando o governo Dilma controlava o preço da gasolina para que o povo brasileiro não tivesse que pagar por flutuações do mercado internacional, a Petrobras nunca teve problemas, pelo contrário, obteve lucros recordes. Não faz o menor sentido atrelar o preço da gasolina nos postos de combustível ao mercado internacional se somos um país capaz de produzir o seu próprio combustível.”

Por Vinícius Segalla, da Agência PT de Notícias

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