Ministro ataca Alemanha por falar a verdade sobre desgoverno Bolsonaro
Ricardo Salles, do Meio Ambiente, chama emissora Deutsche Welle de nazista por apontar o que todo mundo já sabe: Jair e sua equipe são completamente despreparados
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A imagem do Brasil aos olhos do mundo nunca esteve tão ruim desde que Jair Bolsonaro (PSL) chegou ao poder há pouco mais de dois meses. De lá para cá, faltam propostas relevantes em benefício da população brasileira e sobram exemplos de total despreparo para comandar o país – como no lamentável caso de desserviço prestado por Jair ao atacar o Carnaval.
Mas não é só o perdido e confuso mandatário que tem se dedicado com afinco a virar piada a cada nova manifestação pública. Nesta quarta-feira (6), conforme noticiou a Folha de S. Paulo, foi a vez do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, assumir o posto de constrangedor geral da República ao rebater (pelo Twitter, claro) de maneira bisonha e irresponsável as críticas feitas ao governo Bolsonaro pela emissora alemã Deutsche Welle, que listou com precisão uma série de características do governo Bolsonaro.
“São pessoas que agem e falam com arrogância e crueldade. São pessoas que riem quando morre uma criança de sete anos. Que comemoram quando a polícia comete massacres em favelas, quando morrem ambientalistas ou vereadoras negras. Pessoas que não conhecem a diferença entre flertar e assediar. Pessoas com relações com milícias. Pessoas que falam toda hora em Deus, mas mentem, xingam e difamam. Pessoas que gritam “zero corrupção!”, mas que são corruptas”, diz trecho da coluna de opinião assinada por Philipp Lichterbeck.
Sem argumentos para contrariar cada linha do que disse o colunista, Salles (como era de se esperar) parte para o ataque generalizado, sem fundamento e que visa apenas desqualificar o interlocutor – em nova demonstração de que o governo de Jair não tem qualquer apreço pelo diálogo. “Lamentável que um canal público alemão escreva isso do Brasil. Essa sua descrição se parece mais com o que a própria Alemanha fez com as crianças judias e tantos outros milhões de torturados e mortos em seus campos de concentração… ”
Como se não bastasse ter errado feio na comparação, que pode até colocar em risco a relação entre os países, Salles ainda sugere que a publicação seja censurada. “O DW é um canal público, não pode escrever essas coisas do Brasil”. Neste caso, no entanto, ao menos Salles foi coerente com o que pensa e faz o governo pelo qual trabalha, cujo apreço por medidas autoritárias e regimes militares tem colocado o Brasil em péssima evidência no mapa global.
Da Redação da Agência PT de Notícias