Ministro golpista é autor de texto contra defesa de Temer no TSE

Artigo publicado no site do escritório de Torquato Jardim argumenta que se for cassado “o diploma da presidenta Dilma, cassado estará o do vice”

Foto: Agência Brasil

Escolhido nesta quarta-feira (1) como novo ministro da Transparência, Fiscalização e Controle do governo golpista de Michel Temer, o ex-integrante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Torquato Jardim publicou artigo em que defende posição contrária à que Temer sustenta no tribunal.

Temer pediu a separação das contas da campanha presidencial de 2014, para que o TSE julgue em processos distintos as contas de Dilma Rousseff e do vice-presidente. Para Jardim, contudo, se o TSE desconstituir “o diploma da presidenta Dilma, cassado estará o do vice”. Isso porque, como escreveu Jardim, “a eleição do vice é mera decorrência da eleição do titular”.

Torquato Jardim assume as funções da pasta de Transparência, Fiscalização e Controle após a divulgação de áudios em que o ministro anterior, Fabiano Silveira, dá dicas de como agir na Lava Jato, o que foi classificado de “escândalo” pela mídia internacional.

O artigo foi publicado em 8 de julho de 2015 no site do escritório de Torquato Jardim. De acordo com o novo ministro do governo golpista de Temer, a natureza do processo no TSE é inteiramente diversa de um processo de impeachment. No caso de impeachment, frisa Jardim, “o procedimento observará o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa sob pena de nulidade”, que será declarada “no todo ou em parte pelo Supremo Tribunal Federal”.

Reprodução do site do escritório de Torquato Jardim

Reprodução do site do escritório de Torquato Jardim

A falta de ampla defesa e direito ao contraditório em todas as etapas do processo é um dos pontos principais na argumentação de José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União (AGU) da presidenta eleita. Cardozo pediu ao STF a anulação do processo de impeachment porque a aceitação já estaria “viciada” por uma vingança de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspenso do mandato e da presidência da Câmara dos Deputados por determinação do próprio STF.

Por Camilo Toscano, da Agência PT de Notícias

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