Ministros discutem soluções para áreas devastadas em Minas
O comitê ministerial foi criado pela presidenta Dilma Rousseff, na semana passada, para acompanhar recuperação da área atingida e atendimento às vítimas
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O comitê de gestão de crise, criado pela presidenta Dilma Rousseff, na semana passada, se reuniu na noite dessa segunda-feira (16) para debater e acompanhar as ações de recuperação das áreas atingidas pelo rompimento das barragens em Mariana (MG).
O grupo de trabalho é formado pelos ministros da Integração Nacional, Gilberto Occhi; do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; da Casa Civil, Jaques Wagner; da Cultura, Juca Ferreira; e de Minas e Energia, Eduardo Braga.
Participaram também da reunião os ministérios da Defesa e da Justiça, que enviaram representantes, assim como a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Defesa Civil.
De acordo com o Palácio do Planalto, o encontro foi “preparatório” para a reunião dos ministros com a presidenta Dilma, que deve ocorrer no fim da tarde desta terça-feira (17). Os trabalhos também contarão com a presença da Advocacia Geral da União (AGU) e dos governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel e do Espírito Santo, Paulo Hartung.
“Tomamos todas as medidas desde o primeiro instante”, afirmou Dilma sobre ação do governo federal no Espírito Santo e Minas, onde sobrevoou a região afetada acompanhada de Pimentel, há uma semana.
Criado por decreto da presidenta Dilma Rousseff, publicado na sexta-feira (13), o papel do comitê é acompanhar as ações de socorro, assistência, restabelecimento de serviços essenciais, recuperação de ecossistemas, reconstrução do distrito e de todo o percurso da destruição.
As medidas pretendem mitigar e amenizar os impactos ambientais e humanitários da tragédia. Na noite de quinta-feira (12), o Ministério Público de Minas definiu com a proprietária e gestora das barragens, a mineradora Samarco, o pagamento inicial de R$ 1 bilhão para um fundo destinado a cobrir os prejuízos.
Mas o MP deu mais uma semana para a Samarco apresentar um plano de socorro às vítimas, por ter considerado insuficiente o pagamento de um salário mínimo e cesta básica às dezenas de famílias afetadas, hospedadas em hotéis pagos pela Samarco. A tragédia ocorreu doze dias atrás.
No dia 5 de novembro, o rompimento de duas barragens de contenção de rejeitos de mineração (Fundão e Santarém) no município da cidade histórica de Mariana (cerca de 115 quilômetros de Belo Horizonte), lançou uma onda de até dois metros de lama na sobre o distrito de Bento Ribeiro, atingiu outro (Paracatu), matou 11 pessoas (ainda há 12 desaparecidas), flora e fauna, e atingiu afluentes do Rio Doce,
O rio está morto, garantem ong’s e ambientalistas. O abastecimento de água portável voltou nessa segunda-feira a Governador Valadares (MG), que ficou quase uma semana o insumo básico, sendo a população abastecida com caminhões-pipa.
A lama chegou no Espirito Santo nessa segunda-feira (baixo Guandu) e avança para Colatina, que também ficará sem água potável. Um esquema de fornecimento emergencial vai instalar caixas dágua pelo município, abastecidas por caminhões. A lama deve alcançar o mar nos próximos dias.
Com 853 km de extensão, as margens do Rio Doce abrigam uma população de aproximadamente 3,2 milhões de habitantes em 228 municípios (202 no lado mineiro; 26 no Espírito Santo). Os prejuízos econômicos ainda serão estimados pelas autoridades.
Da Redação da Agência PT de Notícias