Moema Gramacho: Quem é Lula?

Essa pergunta pode ser respondida por uma criança pequenina, por um jovem de 18 ou de 98 anos, por homens, mulheres, homossexuais, ateus, pobres (hoje em número muito menor), classe…

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Essa pergunta pode ser respondida por uma criança pequenina, por um jovem de 18 ou de 98 anos, por homens, mulheres, homossexuais, ateus, pobres (hoje em número muito menor), classe média, ricos, ambulantes, catadores de lixo, trabalhadores rurais, microempreendedores e grandes empresários, negros, brancos, indígenas, imigrantes e até estrangeiros, lá mesmo em seu país.

A resposta pode variar de acordo com o ponto de vista de cada um. Mas é impressionante como há uma convergência expressa na maioria que se emociona ao tentar explicar esse “fenômeno”.

Sua mãe, D. Lindu, com muito orgulho resumiria-se a dizer que “Lula é um torneiro mecânico diplomado”. Para quem migrou das terras áridas nordestinas pra “Sun Paulo” com a família inteira sem ter o que comer, nem um teto para morar, formar um filho era a glória. Nem esperava ela que esse “trabalhador mutilado” e chamado de “semianalfabeto” seria o grande responsável por ajudar a formar mais de 7 milhões de filhos do povo brasileiro, pelas mais de 18 novas universidades federais públicas, além do FIES e PROUNI.

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Um trabalhador do ABC que acompanhou o período de repressão brutal do movimento sindical diz que aprendeu com Lula “a não duvidar da capacidade de luta da classe trabalhadora”. Outros trabalhadores completam: “Lula é um companheiro que não foge à luta” e se transformou na “maior liderança sindical da América Latina”.

Mas nem tudo eram flores e custou muito caro para nossos jovens que se rebelaram contra a Ditadura, em busca de liberdades democráticas. Inúmeros foram presos, muitos torturados, alguns exilados e outros assassinados. Algumas famílias sequer enterraram seus corpos.

Chico Buarque dizia na sua sutileza poética musicada que “é de arrepiar lembrar a página infeliz da nossa história, passagem desbotada da memória das nossas novas gerações”. E hoje, ao ser hostilizado na rua pelos desbotados filhos e netos herdeiros da Ditadura, Chico lembra que “Lula diminuiu sensivelmente as desigualdades do Brasil” e é o alvo de ataques daqueles que querem enfraquecer o PT pra evitar que Lula volte a ser candidato em 2018.

O trabalhador rural fala que “Lula é um cabra ousado” que teimou, teimou, quebrou um bando de poderosos e levou o povo para o Palácio do Planalto. Lula Presidente era a estrela que ele via brilhar fora do céu do sertão. “Parecia inté milagre ver chegar água e luz nas bandas de lá”. O catador de lixo, chorando, fala que subiu a rampa do Palácio, não para fazer coleta, mas para falar com o Presidente Lula, “símbolo de oportunidade”.

As mulheres, agora mais visibilizadas com o Ministério, as Conferências e também com mais direitos, agradecem a Lula por ter ouvido os gritos de Maria da Penha e de tantas outras vítimas de violência, sancionando a Lei que torna crime contra a mulher e pune o agressor. “Lula tem sensibilidade feminina”.

Os representantes de LGBT’s falaram que “Lula foi o Presidente mais raçudo da história”, convocou por decreto uma Conferência para os homossexuais.

Entretanto, foi Obama quem disse que “Lula é o cara!”.  Cara que excluiu o Brasil do Mapa da Fome no mundo.  Cara que levantou o Brasil da posição genuflexa com o FMI. Cara que não se rendeu ao ALCA. Destacou o Brasil no cenário internacional, fortalecendo a América Latina e estabelecendo parcerias com países africanos, até então desprestigiados.

Porém além do “cara”, as mães do bolsa família e beneficiárias do MCMV respondem que para elas é “Deus no céu e Lula, nosso pai, na terra”. A realização do sonho da casa própria para mais de 3 milhões de famílias e a certeza de que comer, no mínimo 3 vezes por dia, não é mais privilégio de poucos e sim direito de mais de 42 milhões que saíram da pobreza, fazem de Lula esse místico de “amplo e próximo”, “grande e humilde”, “presidente e companheiro”, “gestor e pai“ e, “verdadeiro e milagreiro”.

Isso é visível nos encontros do povo com Lula. Pegar, abraçar, beijar, fazer selfies e chorar, são constantes em qualquer lugar deste país.

 A doméstica se emociona ao apresentar sua filha que se formou “Doutora” com o PROUNI. “Lula é padrinho da minha filha”.

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O Negro, dando cor as universidades, fala que nenhum outro Presidente antes entendeu que o Brasil tinha de pagar a imensa dívida social histórica para com nossos afrodescendentes. E as cotas permitiram ao negro mostrar seu potencial. “Lula é inclusão social”.

Agora, para as elites, parte da mídia e a oposição irresponsável, com sua cegueira política seletiva só conseguem enxergar que “Lula é uma ameaça ao seu projeto de retomarem ao poder em 2018”. Desconstruir a imagem de Lula é o foco destes setores que, diuturnamente, há anos vêm tentando fazê-lo, sem sucesso. Aproveitam-se nesse momento da crise econômica e do erro de alguns que repetiram práticas históricas e viciadas, predominantes no país desde sempre, para criminalizar de forma generalizada o PT e sua maior liderança com investigações e vazamentos também seletivos e tendenciosos, execrando primeiro, depois vão tentar achar as provas.

Para mim, Lula foi à inspiração para lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.  Minha geração precisou de Lula para sair da lama, do lixo, da fome, dos baixos salários, para ter estudos e carteira assinada. Direitos e respeito. Mas minha filha e meu neto, assim como os filhos e netos do povo brasileiro ainda precisam de Lula para continuar essa transformação democrática.

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Ainda não nasceu um igual a ele e sua estrela há de brilhar para sempre.

Lula é o Cara, um torneiro mecânico, teimoso, raçudo, ousado, humilde, sensível, companheiro, amigo, verdadeiro, milagreiro, padrinho, sindicalista, liderança, político, o Presidente, um ” fenômeno”.

“Sou eu, é você, somos nós”, Lula Brasileiro da Silva!

Moema Gramacho é deputada federal e fã de Lula como milhões de brasileiros (as).

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