Moro ‘advogou’ e pediu aos ministros do TSE a absolvição de senadora
Selma Arruda, conhecida como ‘Moro de saias’, teve mandato cassado por abuso de poder econômico e caixa 2. Ex-juiz percorreu os gabinetes do TSE para defendê-la
Publicado em
Após atuar como uma espécie de procurador-chefe durante a Lava Jato e violar a imparcialidade da magistratura na perseguição a Lula, Sérgio Moro agora resolveu ‘advogar’. Se como juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba ele bancou a acusação, agora no Ministério da Justiça, Moro tentou defender uma senadora no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ele percorreu os gabinetes dos ministros do tribunal para pedir a absolvição da senadora Selma Arruda (Podemos), conhecida como ‘Moro de saias’, segundo reportagem da Revista Época. De acordo com a publicação, o ex-juiz argumentou que a parlamentar era “uma pessoa séria e e honesta”. A defesa, no entanto, não adiantou e a senadora foi cassada por 6 votos a 1 por abuso de poder econômico e caixa 2 durante as Eleições de 2018.
É válido ressaltar que Moro é condescendente com a prática de caixa 2. No início do ano, o ex-juiz disse ter “confiança pessoal” no ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni (DEM), que admitiu ter praticado caixa 2 durante eleições. No caso de Selma, o ministro da Justiça disse que os indícios da acusação eram na verdade “equívocos”.
A senadora, no entanto, recebeu R$ 1,2 milhão em transferências bancárias de um de seus suplentes, Gilberto Possamai, em abril e julho de 2018 e não teria declarado o dinheiro à Justiça Eleitoral, o que caracteriza caixa dois, de acordo com o processo.
MINISTRO OU LOBISTA?
Ministro da Justiça de Bolsonaro pode ter cometido crimes de advocacia administrativa (Art. 321 do CPP) e tráfico de influência (Art. 332) ao pressionar ministros do TSE para absolver uma soldada do seu projeto de extrema-direita.https://t.co/2UffLR0LAT
— Paulo Pimenta (@DeputadoFederal) December 11, 2019
O Líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta, denunciou o constante uso do cargo por Moro para tratar de questões particulares. O deputado lembrou que, ao visitar os ministros do TSE e pedir a absolvição de Selma, o ex-juiz pode ter cometido os crimes de Advocacia Administrativa (art. 321 do Código Penal) e Tráfico de Influência (at. 332 do CP), que tem pena de reclusão de dois a cinco anos, e multa.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Revista Época