Lula

Acolhido em Garanhuns (PE), Lula conclama povo a reconstruir o Brasil

“Esse país precisa de vocês”, disse Lula, durante ato público na cidade gêmea de Caetés, nesta quarta-feira (20)

Publicado em - Última edição

Lula com o povo no ato de Garanhuns

Rostos banhados com lágrimas e corpos exaustos se apinhavam na frente da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), nesta quarta-feira (4), na região central da capital paulista, para protestar contra mais nove mortes de jovens negros após intervenção da Polícia Militar do estado, em Paraisópolis, na zona sul do município.

Depois da jornada de trabalho, sem direito ao lazer e ao descanso, os manifestantes seguiram até a porta da SSP para exigir, mais uma vez, justiça. “Chega de chacina, eu quero o fim da PM assassina”, gritava o movimento negro.

A morte de negros é a coisa mais natural na história desse país.

Antes da entrevista, Douglas Belchior, membro da Coalizão Negra por Direitos, que convocou o ato, se queixa do cansaço. “É todo dia”. Para o militante, parte da sociedade perdeu a capacidade de se indignar.

“A morte de negros é a coisa mais natural na história desse país. A morte de jovens negros em favela não comove mais a sociedade”, critica Belchior, lembrando que o Massacre de Paraisópolis integra uma longa lista de “provocadas pelo estado.”

“Há uma política de segurança pública que é genocida, permanente e cotidiana e não diz respeito à governos, embora ela seja mais explícita nos governos de João Dória e Jair Bolsonaro”, encerra Belchior.

Entre bandeiras de movimentos diversos, estava a enfermeira Eliana Prado, mãe de três crianças e moradora do M’boi Mirim, também na periferia da zona sul de São Paulo. Para a profissional da saúde, que entrou no trabalho às 8h, o massacre de Paraisópolis pode “despertar a consciência de muita gente”.

“Eu trabalho em um hospital aqui perto e não sabia da manifestação. Aí descobri que era por causa dos meninos de Paraisópolis. Meus filhos são negros e eu tenho muito medo deles chegando em casa de madrugada e cruzando com a polícia na rua”, lamenta Prado. “É muita violência, que é mãe, nem tem como não se emocionar.”

Bianca Santana, escritora e jornalista, também membro da Coalizão Negra Por Direitos, explicou e lamentou a sequência de mortes nas periferias.

“Foram nove mortes em Paraisópolis, uma em Heliópolis e outras tantas em várias periferias do país. Isso acontece porque a política do Brasil é de extermínio da população negra. Seja efetivando essa prática violenta da polícia, seja retirando saúde ou uma Previdência que nos retira direitos. O genocídio está em curso”, argumentou.

Passava das 21h quando os manifestantes, cansados – de trabalhar e chorar as chacinas –, começaram a voltar para casa. No dia seguinte, a rotina continua. Chacinas e trabalho.

Por Brasil de Fato

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Movimentos sociais exigem justiça no caso do massacre de Paraisópolis

No centro de São Paulo, manifestantes se reuniram na tarde desta quarta-feira (4) e demandam investigação imediata dos assassinatos dos 9 jovens na periferia
05/12/2019 11h59 - atualizado às 12h23

Rostos banhados com lágrimas e corpos exaustos se apinhavam na frente da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), nesta quarta-feira (4), na região central da capital paulista, para protestar contra mais nove mortes de jovens negros após intervenção da Polícia Militar do estado, em Paraisópolis, na zona sul do município.

Depois da jornada de trabalho, sem direito ao lazer e ao descanso, os manifestantes seguiram até a porta da SSP para exigir, mais uma vez, justiça. “Chega de chacina, eu quero o fim da PM assassina”, gritava o movimento negro.

A morte de negros é a coisa mais natural na história desse país.

Antes da entrevista, Douglas Belchior, membro da Coalizão Negra por Direitos, que convocou o ato, se queixa do cansaço. “É todo dia”. Para o militante, parte da sociedade perdeu a capacidade de se indignar.

“A morte de negros é a coisa mais natural na história desse país. A morte de jovens negros em favela não comove mais a sociedade”, critica Belchior, lembrando que o Massacre de Paraisópolis integra uma longa lista de “provocadas pelo estado.”

“Há uma política de segurança pública que é genocida, permanente e cotidiana e não diz respeito à governos, embora ela seja mais explícita nos governos de João Dória e Jair Bolsonaro”, encerra Belchior.

Entre bandeiras de movimentos diversos, estava a enfermeira Eliana Prado, mãe de três crianças e moradora do M’boi Mirim, também na periferia da zona sul de São Paulo. Para a profissional da saúde, que entrou no trabalho às 8h, o massacre de Paraisópolis pode “despertar a consciência de muita gente”.

“Eu trabalho em um hospital aqui perto e não sabia da manifestação. Aí descobri que era por causa dos meninos de Paraisópolis. Meus filhos são negros e eu tenho muito medo deles chegando em casa de madrugada e cruzando com a polícia na rua”, lamenta Prado. “É muita violência, que é mãe, nem tem como não se emocionar.”

Bianca Santana, escritora e jornalista, também membro da Coalizão Negra Por Direitos, explicou e lamentou a sequência de mortes nas periferias.

“Foram nove mortes em Paraisópolis, uma em Heliópolis e outras tantas em várias periferias do país. Isso acontece porque a política do Brasil é de extermínio da população negra. Seja efetivando essa prática violenta da polícia, seja retirando saúde ou uma Previdência que nos retira direitos. O genocídio está em curso”, argumentou.

Passava das 21h quando os manifestantes, cansados – de trabalhar e chorar as chacinas –, começaram a voltar para casa. No dia seguinte, a rotina continua. Chacinas e trabalho.

Por Brasil de Fato

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