Mulheres devem ser as protagonistas no combate à violência contra jovens
A ministra Eleonora Menicucci afirma que uma democracia consolidada não pode conviver com autos de resistência
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A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, ressaltou, durante audiência pública da CPI da Violência Contra Jovens Negros e Pobres, nesta quinta-feira (18), a urgente necessidade de se incluir nos serviços prestados pela Casa da Mulher Brasileira, o atendimento psicológico às mães que perdem seus filhos em situação de violência, como nos autos de resistência seguidos de morte.
Menicucci lembrou que, entre jovens vítimas de assassinatos, existem as mães que ficam com sequelas irreparáveis. “O Brasil não pode continuar convivendo com essa realidade. Apelo que essa comissão discuta isso profundamente, e me coloco à disposição para contribuir”, ressaltou a ministra.
Segundo a deputada Érika Kokay (PT-DF), é necessário que se dê voz às mulheres para elas serem protagonistas no combate ao racismo institucional. “Elas percebem antes de qualquer um o risco que seus meninos correm e sabem quando estão perdendo seus filhos”, declarou.
Segundo Kokay, há uma lógica higienista em políticas como a da redução da maioridade penal. “Elas vêm na perspectiva de isentar o Estado da realização de políticas públicas e encarcerar esses jovens, num movimento inverso. As mulheres precisam participar como protagonistas desse processo”, destaca a deputada.
Para o ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Pepe Vargas, o assunto da violência praticada por jovens e contra eles é “extremamente” grave. De acordo com o ministro, é preciso encontrar estratégias para reduzir as estatísticas, “pois atrás de números existem pessoas que morrem e família e comunidade que sofrem”.
“Adolescentes e jovens no Brasil morrem mais por violência que os adultos”, ressaltou Vargas.
O ministro apresentou dados do Programa de Redução da Violência Letal contra Adolescentes e Jovens – PRVL. Segundo Vargas, um dos eixos do programa é produzir indicadores que subsidiarão a criação e implementação de políticas públicas. De acordo com os dados do programa, de 2011 a 2015, a SDH recebeu cerca de 594 mil denúncias de violência contra adolescentes e jovens, das quais 35%, ou cerca de 229 mil foram sobre violência contra negros e pardos.
“Nós respeitamos as opiniões em contrário, mas acreditamos ser um equívoco reduzir a maioridade penal. A maior parte dos crimes cometidos foram de baixo poder ofensivo à sociedade”, ressaltou o ministro.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Agência Câmara