Mulheres fazem ato de solidariedade à presidenta Dilma em SP

Cerca de 400 pessoas se reuniram em praça, em São Paulo, para fazer um ato artístico de apoio à presidenta, pela democracia e contra o golpe

Reunidas na praça Roosevelt, cerca de 400  mulheres marcaram posição contra o golpe. O Sarau das Mulheres pela Democracia, convocado por cerca de 60 entidades feministas, como o setorial de mulheres do PT, a Marcha Mundial das Mulheres, entre outros movimentos sociais, teve apresentações musicais, repentes de rap, poesia e artes visuais.


Além de se manifestar contra o impeachment e pela democracia, as mulheres presentes também levantaram questões de gênero suscitadas pela crise. Uma delas foi a reportagem de capa da última edição da Revista Istoé, em que a presidenta Dilma Rousseff é acusada de ter perdido as condições emocionais de governar o país, em uma crítica que, além de não ser verdadeira, possui alto conteúdo machista, remetendo a estereótipos da mulher histérica, descontrolada ou incapaz.

“Estão atacando a Dilma não só pelo governo, mas também por coisas que ela faz como mulher. Assim, eu apoio a Dilma também como mulher”, afirma Bruna de Paula, 18, estudante de Letras. Já Sara Sanches, 18, lembrou que a Dilma lutou contra a ditadura militar, e que o momento é de defender os direitos conquistados a partir dessa luta.

“É um apoio político à Dilma mas também é um apoio de gênero. A Dilma está recebendo todo esse machismo em sua imagem, mas ele atinge indiretamente todo o movimento. Estamos mostrando a nossa solidariedade como mulheres”, afirmou a professora Claudenice Rovere, 49 anos.

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Maria Rocha, 66, lembrou da dificuldade que significou a reconstituição da democracia e, sobretudo, da chegada de uma mulher ao cargo mais alto do país pela primeira vez.

“A Dilma como mulher sofre muito”, afirmou Claudia Ribeiro Defende, assistente social. “O público masculino está reproduzindo machismo em relação a ela, sem nenhuma análise”.

Para Marli Baffini, integrante do movimento de moradia ULCM, é importante estar nas ruas para defender a democracia porque um governo do pós-impeachment vai gerar o retrocesso nas conquistas sociais dos últimos anos. “A elite não aceita que um trabalhador e depois uma mulher tenha chegado ao poder”, afirma ela. “O movimento de moradia vê o impeachment como um retrocesso para os nossos direitos conquistados”.

“Está bem claro que esses governos do PT trouxeram avanços sociais. Não a toa estamos vivendo uma primavera feminista”

“Está bem claro que esses governos do PT trouxeram avanços sociais. Não a toa estamos vivendo uma primavera feminista”, afirmou Marilea de Almeida. Ela afirma estar muito preocupada com a situação da democracia no Brasil e que as mulheres serão as primeiras a sofrerem as consequências do autoritarismo.

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Betania Dutra, 26, lembrou que os líderes dos movimentos que defendem o impeachment, como Jair Bolsonaro, são pessoas altamente machistas e homofóbicas. “Me colocar do outro lado seria me colocar contra mim mesmo, pois sou mulher e sou gay”, afirmou ela.

Veja vídeo do ato:

Por Clara Roman, da Agência PT de Notícias

 

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