Na Celac, Lula pede que Conselho da ONU ponha um fim na carnificina em Gaza
Presidente sugeriu uma moção pelo fim do genocídio na Faixa de Gaza e pediu que o Conselho de Segurança da ONU esqueça suas diferenças para encerrar conflito
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O presidente Lula (PT) sugeriu nesta sexta-feira (1º) uma moção pelo fim do genocídio na Faixa de Gaza, durante discurso na abertura da 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos ( Celac). O encontro ocorre em Kingstown, em São Vicente e Granandinas.
“Nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso, é preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade, que precisa de muito humanismo”, afirmou o presidente.
Lula condenou em sua fala a “indiferença da comunidade internacional” que ele nominou como “chocante” e sugeriu ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que propusesse uma moção da CELAC pelo fim imediato do que chamou de “genocídio” em Gaza.
“O secretário-geral pode invocar o artigo 99 da Carta da ONU para levar a atenção do Conselho tema que ameaça a paz e a segurança internacional. Faço um apelo ao governo japonês, que assume a presidência do Conselho a partir de hoje, para que paute esse tema com toda a urgência”, disse Lula.
Ele fez um apelo aos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que ponham fim na matança na Faixa de Gaza.
“Peço aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que deixem de lados suas diferenças e ponham fim a essa matança. Já são mais de 30 mil mortos. As vidas de milhares de mulheres e crianças inocentes estão em jogo. As vidas dos reféns do Hamas também estão em jogo”, afirmou o presidente.
Antes do discurso do presidente Lula, o Itamaraty divulgou nota com duras críticas à crise humanitária na Faixa de Gaza e ao ataque a tiros que deixou mais de 100 palestinos mortos durante uma distribuição de comida e itens básicos. De acordo com o texto do comunicado “trata-se de uma situação intolerável”.
“O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão”, afirma o documento .
Em seu discurso, Lula citou ainda a guerra na Ucrânia e a situação de violência e desestabilidade no Haiti e pediu o fim dos conflitos internacionais.
Da Redação