Na era do desalento, falta trabalho para mais de 28 milhões de brasileiros

Desemprego atinge 13,4 milhões de trabalhadores. Outros 4,8 milhões estão desalentados, já procuraram tanto que nem conseguem mais sair de casa atrás de um emprego

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taxa de subutilização da força de trabalho no primeiro trimestre deste ano, de 25%, foi a maior em sete anos em 13 das 27 unidades da federação – 26 estados e o Distrito Federal. Isso significa que faltou trabalho para 28,3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de subutilização, recorde na série da Pnad Contínua, iniciada em 2012, atinge mais os trabalhadores da Bahia (3,3 milhões de pessoas), Minas Gerais (2,9 milhões) e Rio de Janeiro (1,8 milhão).

taxa de desemprego do 1º trimestre de 2019 também aumentou para 12,7%, atingindo 13,4 milhões trabalhadores e trabalhadoras. Este foi o maior aumento trimestral desde maio do ano passado (13,3%).

Em 14 das 27 unidades da federação, a taxa de desemprego cresceu em relação ao trimestre anterior. As maiores foram registradas no Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre (18%); e as menores taxas foram em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do Sul (8%), Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%). Já em Pernambuco (-1,7 p.p.), Minas Gerais (-1,5 p.p.) e Ceará (-1,4 p.p.), a taxa caiu.

A região Nordeste continua registrando a maior taxa de desemprego do país, apesar da queda em Pernambuco e no Ceará. Na comparação anual a taxa recuou no Nordeste (de 15,9% para 15,3%) e Sudeste (de 13,8% para 13,2%).

Subutilizados

Subutilizado é o grupo que reúne os desempregados, os subocupados com menos de 40 horas semanais e pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar emprego por motivos diversos.

Neste grupo, a taxa foi a maior dos últimos sete anos em 13 das 27 unidades da federação, com destaque para Piauí (41,6%), Maranhão (41,1%), Acre (35%), Paraíba (34,3%), Ceará (31,9%) e Amazonas (29,2%).

As menores taxas de subutilização foram registradas em Santa Catarina (12,1%), Rio Grande do Sul (15,5%), Mato Grosso (16,5%), e Paraná (17,6%). Porém, com exceção do Rio Grande do Sul, em todos os outros as taxas foram as mais altas da série histórica.

De acordo com o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a taxa de subutilização bateu recorde em todas as regiões. “Além da taxa, é preciso observar a população subutilizada, que é recorde em 15 unidades da federação, cobrindo metade das regiões Norte e Nordeste e quase todo o Sudeste, Sul e Centro-Oeste”, disse ele no Portal da entidade.

Desalentados

O número de pessoas desalentadas também bateu recorde no 1º trimestre de 2019: 4,8 milhões de pessoas de 14 anos ou mais desistiram de procurar emprego, depois de muito tentar uma recolocação no mercado de trabalho.

Desse total, 60,4% (2,9 milhões) estavam concentrados no Nordeste, de acordo com o IBGE. Os maiores contingentes de desalentados foram encontrados na Bahia (768 mil pessoas) e no Maranhão (561 mil). Os menores, em Roraima (8 mil) e no Amapá (15 mil).

Mais mulheres desempregadas

Segundo a Pnad Contínua do IBGE, as mulheres eram maioria na população em idade de trabalhar no Brasil (52,4%) e também a maior parte (52,6%) da população desempregada. Enquanto o desemprego foi, em média, de 12,7% no país, entre as mulheres a taxa foi de 14,9%. Entre os homens, foi de 10,9%.

Taxa é maior entre pretos e pardos

A PNAD Continua do IBGE mostrou ainda que a taxa de desemprego dos que se declararam brancos (10,2%) ficou abaixo da média nacional (12,7%). Já a dos pretos – terminologia oficial da pesquisa do IBGE – de 16% e a dos pardos de (14,5%) ficaram acima.

No primeiro trimestre de 2019, os pardos representavam 47,9% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,2%) e pelos pretos (8,9%).

Metodologia da pesquisa

A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.

Por CUT

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