“Não dou a eles o presente da renúncia”, garante Dilma
A presidenta eleita voltou a qualificar Michel Temer como traidor, não apenas por tê-la traído, mas também por ter traído o programa vitorioso nas urnas
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Em entrevista concedida ao jornalista Roberto Cabrini e exibida na madrugada desta segunda-feira (22), a presidenta eleita Dilma Rousseff falou do processo de impeachment, da traição do golpista Michel Temer e da perseguição judicial ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros temas.
“Não tenho a menor intenção de renunciar. Não dou esse presente a eles”, disse Dilma, ao ser questionada sobre a hipótese de renúncia. Ela também lembrou que “jamais vai jogar a toalha”.
Em relação ao processo de impeachment, ela afirmou que ocorre porque muitos, como disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR), querem estancar a sangria da Lava Jato porque “temem alguma delação”
Ela também explicou por que o processo atual não passa de um golpe de estado. “Sou vítima de um julgamento fraudulento, que tem como objetivo fazer uma eleição indireta”, afirmou, lembrando que seus antecessores também cometeram as chamadas pedaladas fiscais. “Ou é crime para todo mundo ou não é para ninguém”, afirmou.
Dilma ainda disse que Temer traiu não apenas a ela, mas também os eleitores. “Temer não foi eleito para fazer o que está fazendo. Foi eleito com o meu programa de governo”.
Em relação aos escândalos de corrupção, ela disse não ter qualquer responsabilidade. “Não tenho responsabilidade nenhuma se um funcionário da Petrobras resolveu ser corrupto”.
Mesmo em relação às acusações de caixa dois para o marqueteiro João Santana, ela disse não ter qualquer envolvimento. “Eu não reconheço, eu não paguei. Não vou assumir responsabilidade sobre o que eu não controlo. É público e notório que não participei.”
Ela também defendeu o presidente Lula, dizendo que uma eventual prisão do ex-presidente seria “uma temeridade”.
Confira a íntegra da entrevista no site do SBT.