Neste domingo, Chile vai às urnas por nova Constituição
A atual carta máxima do Chile é uma herança nefasta da ditadura do general Augusto Pinochet, um dos ditadores mais sanguinários da América Latina, “ídolo” de Bolsonaro
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Alguns após o levante chileno completar um ano no último dia 18 de outubro, o país vai às urnas neste domingo para decidir sobre a realização de uma nova constituinte no país. A votação vai decidir entre o “Apruebo” por uma nova Constituinte e o “Rechazo” pela manutenção da carta pinochetista. Os chilenos também optaram na forma da redação da nova Constituição, se apenas por membros eleitos, ou com metade dos representantes indicados.
As manifestações realizadas nos últimos dias reforçaram a convocação para a participação massiva da população no domingo em defesa da aprovação da proposta de uma nova Constituição. Após a vitória do MAS na Bolívia, o resultado do plebiscito no Chile será um novo passo na mobilização da América Latina contra o neoliberalismo na região.
Fiel à sua tradição repressiva, o governo de Sebastián Piñera proibiu manifestações até o dia 26 de outubro para, segundo ele, “garantir a paz social”. No dia 18 passado, milhares de pessoas ocuparam a Praça da Dignidade, em Santiago, para defender o “apruebo” e lembrar a explosão popular ocorrida em outubro de 2019, que marcou o retorno do povo chileno às ruas.
A posição do atual governo é uma tentativa de impedir as mobilizações convocadas pelas organizações que defendem a aprovação de uma nova Constituição. A atual carta máxima do Chile é uma herança nefasta da ditadura do general Augusto Pinochet, um dos ditadores mais sanguinários da América Latina, “idolo” de Bolsonaro.
Sepultar a Constituinte de Pinochet
De acordo com a oposição, a votação deste domingo é resultado das lutas do povo chileno contra o fracassado modelo neoliberal que levou o país à derrocada econômica, social e institucional. A Constituição pinochetista ancora a política social e econômica que massacra os trabalhadores, os mais pobres, os aposentados e a juventude.
“O Apruebo é a chave para abrir a porta da verdadeira transição, enquanto o “Rechazo” é retornar às catacumbas”, definiu o professor espanhol Baltasar Garzón, estudioso do período Pinochet. Para Garzpon, logo após o plebiscito, é preciso que redigir uma Constituição que implemente as mudanças políticas que a população está pedindo, disse à agência EFE.
Da Redação com agências