No dia do agricultor familiar, MST exige reforma agrária
Atos e ocupações em todo país reforçam a luta por terra e pela liberdade de Lula
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O dia 25 de julho é o Dia Internacional do Agricultor Familiar e da Agricultura Familiar. Em todo país, é um momento de lutas em defesa do trabalho e dos direitos daqueles e daquelas que alimentam o Brasil.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deu início na segunda-feira (23) à uma jornada de lutas, reivindicando terras para a realização da reforma agrária a liberdade do ex-presidente Lula, além de denunciar o desmonte das políticas públicas para a agricultura.
Na manhã desta quarta-feira (25), famílias de trabalhadores rurais bloquearam a BR-010, no trecho que passa pelo município de Irituia, no Pará.
Desde o último final de semana, foram realizadas ocupações de fazendas improdutivas e marchas em diversos estados. Na madrugada desta terça-feira (24), 150 famílias reocuparam as fazendas que pertencem à família do senador Zé Maranhão (MDB-PB) e do deputado federal Benjamin Maranhão (SD-PB).
As fazendas Volta e Carnaúba ficam localizadas no município de Tacima e não cumprem sua função social. O MST reivindica os três mil hectares de terra improdutivos. As duas fazendas já haviam sido ocupadas durante a Jornada de Lutas de Abril, entretanto, sofreram reintegração de posse e as famílias que lutavam por um pedaço de chão foram despejadas.
“Estamos em luta em defesa da aquisição de terras para assentar as mais de 150 mil famílias hoje acampadas embaixo da lona preta. Além da defesa da Reforma Agrária, com políticas de desenvolvimento para as famílias assentadas, entendemos que só com a volta da democracia nossa pauta pode ser conquistada. Por isso dizemos: não tem eleição limpa sem Lula candidato. Exigimos sua liberdade!”, declara Antônio Pereira, da direção nacional do MST.
Cerca de 200 famílias ocuparam, no sábado (22) em Ribeirão Preto-SP, a fazenda Santa Lydia, às margens da rodovia Mário Donegá. Há anos a Sociedade Agrícola Santa Lydia possui dezenas de processos por dívidas que ultrapassam os R$ 100 milhões junto à Fazenda Pública Nacional e Estadual.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também teve suas sedes ocupadas em Fortaleza (CE) e em João Pessoa (PB). Nas duas oportunidades os trabalhadores realizaram marchas massivas pelas principais vias das cidades, “recebendo a solidariedade e o interesse da sociedade a todo tempo”, avalia Eva Vilma, presente na mobilização na Paraíba.
Em Fortaleza, mais de mil famílias percorreram as ruas da cidade na última segunda-feira (23) e se concentraram em frente ao prédio da Justiça Federal para denunciar o Estado de exceção inaugurado com o golpe de 2016 e sustentado pela justiça e pela mídia.
Participaram da Marcha em Fortaleza, juntamente com o MST, a Frente Brasil Popular, Levante Popular da Juventude, Consulta Popular, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Movimento dos Atingidos do Barragens (MAB).
Por Brasil de Fato